No placar de hoje, o setor de serviços dá de 7 a 1 na indústria em relação ao poder de magnetizar investidores. Apesar do desinteresse, ainda não se pode dar como extinta aquela espécie de empresário caracterizada pelo estranho prazer de enfiar a mão na graxa. “Sempre mantivemos o sonho de ter uma indústria limpa, sem impacto ambiental e o plástico foi a opção”, declaram Márcio Janjacomo e Edson Rodrigues, cujas iniciais inspiraram a MJER-Extrusão de Plásticos, inaugurada formalmente em 10 de outubro último em São Manuel, sudoeste paulista.
Janjacomo e Rodrigues repartem por igual o controle da MJER e o pendor para pensar fora da caixa. O engenheiro Rodrigues reconhece que a fábrica parte numa conjuntura de saia justíssima para a indústria em geral no país. “Mas são nesses momentos que temos oportunidades para estruturar projetos e colocar novas tecnologias no mercado”, ele contrapõe. “Estamos cientes das atuais dificuldades do mercado e nossa perspectiva é de retorno em três anos do capital aplicado”.
Orçada em mais de US$ 1 milhão, a fábrica da MJER brotou num galpão do intitulado Novo Distrito Industrial pela prefeitura de São Manuel, cujo chamariz logístico é a artéria de rodovias que liga a chamada região de Botucatu a todo o Estado, uma das razões do contingente na árera de transformadoras como as de componentes para veículos pesados. A MJER foi constituída em 2013, retoma o fio Rodrigues, mas a morosidade do processo de importação de maquinário retardou a abertura oficial de suas portas por cerca de um ano. Até o fechamento desta edição, a unidade transitava pela fase de try out.
No estribo de sua linha de extrusão e calandragem chinesa, de marca não revelada, a MJER parte com capacidade para fornecer até 217.000 t/mês de chapas para termoformagem. “A única etapa dependente da intervenção direta do operador no processo é a parametrização da máquina”, afiança Rodrigues. O mix de produção inicial acena com chapas de até 2.500 mm de comprimento e espessuras de 2 a 12 mm, moldadas com poliestireno, polipropileno, polietileno de alta densidade ou copolímero de acrilonitrila butadieno estireno. Rodrigues encaixa a possibilidade de fornecer chapas lisas ou texturizadas, o que ele considera um plus frente à concorrência, tal como as dimensões maiores dos seus produtos e a tecnologia asiática que importou. No âmbito da texturização, ele ressalta a excelência dos cilindros gravados a laser de sua instalação, talhados para a transferência desse efeito superficial para o polímero.
Na reta para os finalmente da entrada em escala comercial, fumega na MJER a prospecção de espaço para suas chapas em indústrias como a moveleira e automotiva. A receptividade encontrada nas sondagens e os progressos nos acertos da linha de produção já fizeram a cabeça de Rodrigues. “Pretendemos instalar mais duas coextrusoras em 2015”, ele acalenta.•
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