Devido à sua biodiversidade e à internacionalização dos valores da sustentabilidade, o Brasil acompanha o desdobrar do combate às mudanças climáticas dentro dos limites permitidos por sua infraestrutura, economia e conscientização ambiental da sua população. Do seu lado, o setor plástico brasileiro procura fazer a sua parte, como demonstra recente leva de investimento na modernização de indústrias recicladoras e o número crescente de portas abertas para o uso de reciclados de qualidade superior. Antenada nesse modo play, a Stadler, formadora de opinião em plantas e equipamentos para triagem de refugo, acena com atalhos tecnológicos para o material recuperado de menor padrão perder o domínio do mercado brasileiro de plástico reciclado, deixa claro nesta entrevista Sergio Manchado Atienza, diretor da base de vendas da empresa alemã no país.
Quantas plantas de triagem de plástico (garrafas e filmes) da Stadler operam no Brasil e desde quando?
A Stadler está no mercado nacional desde 2014 e focada em fornecer equipamentos e plantas para a triagem tanto de coletas seletivas quanto para resíduos sólidos urbanos (RSU). Hoje, ela conta com 8 plantas destinadas à triagem de resíduos no Brasil, entre unidades de pequeno porte, para 4 t/h, até médio porte, na faixa de 40 t/h. A triagem mecanizada garante uma boa qualidade de separação, muito superior ao discernimento humano na escolha dos materiais. Isso garante alto índice de pureza do material sem eventuais erros de confusão do tipo do plástico pós-consumo selecionado para reciclagem mecânica.
Quais os equipamentos da empresa para auxiliar na triagem de resíduos plásticos mais procurados no Brasil hoje em dia?
O carro-chefe para a seleção precedente à reciclagem dos plásticos é o separador balístico. Trata-se do coração das plantas de triagem, cuja principal função é segregar os materiais pela sua forma e tamanho. Ou seja, separa materiais planares (papel, filme, etc), materiais rolantes (garrafas, latas, etc) e a fração final. É um equipamento robusto, de alta eficiência energética, eixos protegidos contra impurezas e com pontos altos como o chassi oscilante patenteado e pás de peneiramento parafusáveis, passíveis de troca individual quando desgastadas. Outro campeão de vendas da Stadler no Brasil é o removedor de rótulos. Ofertado em duas versões com capacidades entre 6 e 9 t/h, ele aumenta ainda mais o grau de pureza da fração final em plantas para separação de garrafas plásticas, pois os rótulos são removidos em até 80%.
Quais as mais relevantes inovações tecnológicas da Stadler?
Um destaque é a nova plataforma Service Data Cloud (SDC), desenhada para colocar o cliente e nosso departamento de serviço em interação direta com as máquinas individuais na planta de triagem. O sistema SDC fornece informações valiosas sobre a operação e nos permite trabalhar com o cliente para resolver quaisquer problemas e garantir que a unidade continue cumprindo seus requisitos.
Como as soluções da Stadler contribuem para a produção de plásticos pós-consumo reciclados de melhor qualidade?
O principal ponto a considerar no trabalho com resíduos plásticos é o grau de pureza, como bem exemplifica o removedor de rótulos presentes nas garrafas com baixo índice de quebra dos bicos, que têm espessura maior que o restante da garrafa e grande concentração de material. Dessa forma, é possível aumentar o grau de pureza das garrafas selecionadas na unidade de triagem, contribuindo assim para a obtenção de reciclados de melhor qualidade, com pureza que pode ficar acima de 99% quando a planta roda com alto nível de tecnologia e automação. •