A missão do distribuidor, rezam as descrições de funções no setor plástico, é atuar feito braço da petroquímica no varejo de resinas. Esse dever costuma ser cumprido com equipe própria na parte comercial, mas rateia na assistência técnica, pois prevalece a terceirização da atividade em vez de manter um especialista neste suporte como funcionário do agente autorizado, constata Laércio Gonçalves, presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins (Adirplast) e da distribuidora Activas, a única na praça, ele sustenta, a incluir a assistência técnica em seu organograma. “Distribuidoras e revendas talvez tenham a percepção de que produtos comoditizados não condizem com esse tipo de serviço agregado, enquanto na Activas acreditamos na possibilidade de inovar e melhorar o atendimento. Nesse contexto, assistência técnica própria é um diferencial compensador por tirar dúvidas, agilizar desenvolvimentos e dar soluções emergenciais ao cliente”.
A tecnóloga em polímeros Amanda Mayer conduz há cerca de ano e meio a assistência técnica na sede da Activas. “Entre micros, pequenas e médias empresas, as primeiras são as que mais solicitam orientações sobre processos de transformação”, ela distingue. “Percebe-se também que os próprios donos e operadores dessas micros exercem múltiplas funções, desde cotar até inspecionar o material, por exemplo”. Inclusas no cômputo consultas diretas ou intermediadas pelos vendedores da distribuidora, Amanda estima atender hoje de 70 a 80 pedidos de suporte mensais, quantidade aquém de médias passadas de 100 a 110, recuo atribuído por ela à economia brasileira hoje no breu.
Transformadores de injeção secundados por indústrias de filme e sopro mobilizam 95% dos chamados recebidos por Amanda por e-mail, tel, aplicativo e, esgotadas estas vias, entra a visita dela com orçamento pré-estipulado à fábrica em questão. “Se os clientes ao menos lessem os documentos de especificações sobre resinas e equipamentos, não só diminuiriam os chamados de assistência como cairia à metade a incidência de reclamações”, julga a tecnóloga.
“Cada caso é um caso, mas, em regra, a extrusão de filmes aparenta ser o segmento mais desafiador para a assistência devido às peculiaridades das formulações, limitações de máquinas e periféricos e a constante necessidade de reduzir custos forçando o transformador a entregar um produto de qualidade igual ou superior ao nível anterior com espessuras cada vez menores”. Como referência das complexidades enfrentadas, Amanda serve à mesa um desenvolvimento a quatro mãos com a bandeira Braskem para um detonador de dinamite. “Chegamos à indicação de uma resina para a aplicação e agora é a vez de adequar seu desempenho às condições climáticas do Alasca”.
Hoje em dia, a Activas atende, em média, 1.500 clientes mensais de todas as regiões e o presidente Láercio enxerga na assistência técnica interna um ás de ouros na manga para sua empresa causar nesses tempos de disputa em brasa por pedidos no varejo do plástico. “O suporte compõe uma oportunidade para estreitar os laços com quem suprimos”, pondera Amanda. “Vendedores são responsáveis por criar e manter essa pontes de relacionamento e, se o cliente encontra respaldo da assistência técnica da própria distribuidora em momentos de dificuldades, será bem possível que considere esta nossa ajuda da próxima vez em que selecionar o fornecedor de resinas”.•