Show na periferia do processo

Piovan monta no Brasil sistemas Penta de preparo de compostos de PVC
Penta: manuseio automatizado dos ingredientes e do composto.

A concorrência internacional e a globalização de mercados repaginaram o perfil do Grupo Piovan e o alçaram à liderança em periféricos. Da fundação em 1934 ao final dos anos 1980, ele cingiu sua atuação à sede na itália e filiais na Alemanha e França. O jogo virou desde a entrada do cibernético século atual, com a implantação de sete fábricas no planeta, a constituição das subsidiárias Aquatech, Progema e Energy e a incorporação das companhias Una-Dyn, Fdm, Penta, TobaPNC e Fea Process & Technological Plants. Na selfie atual, a Piovan cintila em mais de 70 países e, no Brasil, sua fábrica na ativa em Osasco (SP) desde a década de 1990 é a maior indústria de equipamentos auxiliares para plásticos no país, envergadura alcançada mediante constantes ampliações da capacidade e do mix de tecnologias aqui desembarcadas. Essa dianteira acaba de ser esporeada por uma boa nova para a cadeia plástica brasileira, em particular os componedores de PVC: a nacionalização da linha de periféricos da também italiana Penta.

“Ela complementa o portfólio da Piovan com a montagem local de todo o sistema de preparo de compostos de PVC, seja para aplicações rígidas ou flexíveis”, expõe Ricardo Prado Santos, vice-presidente do grupo para a América do Sul. O aparato de soluções da Penta compreende desde a descarga e recebimento de matérias-primas (pó ou líquido), estocagem em silos ou tanques, dosagem dos ingredientes, mistura, armazenagem do composto em silos e o transporte entre todas estas etapas. “O sistema é monitorado por CLP, com sistema de controle via interface homem/máquina (IHM) e software de aquisição e supervisão de dados (Scada) dentro do conceito de Indústria 4.0”, arremata Prado.

O mostruário da Penta desvenda uma gama extensa de itens como silos, unidades de desensaque de big bags, filtros, peneiras, sistemas (automático e pneumático) de alimentação da extrusora e de supervisão de processo, além da infra de apoio à industrialização dos compostos. “Todos os equipamentos, inclusos softwares, estão sendo desenvolvidos aqui, exceto os silos que estão a cargo de parceiros locais”, informa o vice-presidente. “Em caso de determinada aplicação muito singular, podemos importar componentes ou partes da solução da Itália”. Pelo faro de Prado, os dosadores gravimétricos deverão ser os periféricos da Penta a desfrutar maior receptividade entre os componedores do Brasil. “Eles são customizáveis conforme as exigências do cliente, atendendo a qualquer volume de produção”, complementa o dirigente.

Devido à impossibilidade de se transformar PVC sem prévio beneficiamento do polímero, este reduto de compostos avulta entre os campos assediados pela Piovan Brasil com o arsenal de auxiliares da Penta. “Mas também percebemos espaço em petroquímicas e compondedores de poliolefinas e plásticos de engenharia”, estende Prado o raio de alcance. “Comprovadas no mundo inteiro, as soluções da Penta acenam ao componedor com manuseio automatizado dos ingredientes e material final e com aumento da qualidade e repetitibilidade do processo”, sumariza o vice-presidente.

A junção da experiência global da Piovan e Penta (na ativa desde 1933) e da engenharia de ambas alojada no Brasil na mesma fábrica na Grande São Paulo concretiza a combinação das tecnologias das duas empresas em sistemas turn key. “Já iniciamos o desenvolvimento dessas integrações”, adianta Prado. “Por exemplo, a estrutura para fabricação, transporte e estoque do composto de PVC destinado à operação automatizada de extrusão de conexões com todas as etapas controladas por sistema centralizado”.

Prado não vê risco de colisão da entrada da Penta na montagem em Osasco e com a conjuntura do setor plástico nacional desde o final de 2014, estremecida pela ociosidade inquietante, demanda deprimida e empresariado com fôlego de fumante para investir em excelência tecnológica. “Nossas motivações são as mesmas dos anos 1970, quando chegamos ao Brasil”, considera o dirigente. “Queremos oferecer o estado da arte em periféricos para dar aos clientes vantagens que lhes permitam crescer mesmo nos cenários mais desafiadores”. •

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