Um chega pra lá na caixinha

Obrigado!: PET no envase asséptico de bebidas não alcoólicas.

“Enxergamos uma demanda reprimida no consumo de conveniência da água de coco envasada e, para melhor aproveitá-la, estamos trazendo um formato inexistente na categoria, principalmente com a garrafa com bico squeeze”, afiança Douglas Cotrim, diretor de marketing da marca Obrigado!, da Frysk Industrial. A empresa, cujo complexo produtivo fica em Conde (BA), se consolidou na comercialização de água de coco em caixa cartonada, embalagem dominante no segmento, e resolveu ampliar o portfólio com PET com um diferencial: o grupo afirma tratar-se da primeira  água de coco submetida a envase asséptico no mundo.
Esse tipo de envase, informa a Frysk, mantém cor, textura e sabor original, além de garantir a segurança alimentar. Durante extração e processamento, diz, a água de coco não é exposta à luz, ao oxigênio ou contato humano. De início, serão ofertados frascos em dois tamanhos – de 350 ml com tampa de rosca e 400 ml com tampa sport squeeze. De acordo com Cotrim, a principal vantagem da garrafa plástica é a flexibilidade de design mas, conforme assinala, a Frysk não cogita abolir a caixa cartonada do mostruário. Com PET, o shelf life da água de coco Obrigado! é de cinco meses.
A Frysk firmou contrato para compra de pré-forma com a Lorenpet e de tampas com a Bericap. Sopro e envase são encargos de equipamentos da Sidel, explica o diretor de marketing. A meta é colocar, até o final de 2015, todas as embalagens de água de coco e produtos Obrigado! Mix em, no mínimo, 6.000 pontos de vendas no território nacional.
A motivação para investir no reduto de água de coco é bem justificada. A Euromonitor fixou o consumo per capita nacional em 7,7l no ano passado em comparação a apenas 3l em 2009. O setor, baliza a consultoria, fatura R$ 1,5 bilhão e lidera o segmento de bebidas compostas 100% de frutas e vegetais. Já pelo mapeamento da Nielsen, líder em pesquisa de mercado, as vendas de água de coco encabeçam o crescimento de bebidas não alcoólicas, tanto em volume quanto em receita, e cravaram expansão de 25% em 2014, inclusive acima de sucos prontos e energéticos.
A Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) também bota fé no potencial de avanço de produtos com envase asséptico. Considerando todos os tipos de embalagens, o mercado total de bebidas submetidas a esse tipo de envase ronda 8,4 milhões de litros anuais. O volume é distribuído entre leite UHT, com 6,5 bilhões de litros, seguido por sucos de frutas e néctares (1,8 bilhão) e chá pronto (com 163,8 milhões). “Parte do segmento de suco de frutas e chás utiliza o sistema hot fill e não temos dados disponíveis para identificar e destacar a fatia volume total, por isso os números são aproximados”, ressalva Auri Marçon, presidente da entidade. Além disso,  não é possível por ora mensurar a quantidade de embalagens de PET nesse mercado, ainda incipiente para o material. “Entretanto, a expansão do uso da resina é notável, especialmente pela sua entrada no mercado de leite longa vida, já servido por quatro rótulos usuários de PET, nota Marçon.
Concorrentes diretos do PET nessa arena são a embalagem cartonada, adepta do envase asséptico, e vidro, contemplado com  enchimento a quente (hot fill), sendo shelf life  a grande exigência das indústrias  clientes, pondera Marçon. Pelo acompanhamento da Abipet, o consumo de água de coco envasada  concentra-se nas regiões sul e sudeste. “No Nordeste, há facilidade da ingestão in natura”, sustenta Marçon. O mercado, na lupa da associação, movimenta perto de 153 milhões de litros ao ano e  PET envasa por ora cerca de 5% dessa produção. Para Theresa Moraes, gerente comercial da M&G, maior fabricante de PET no país, o brasileiro se acostumou com a embalagem cartonada, mas precisa abrir a mente para o plástico. “O envase em PET, além do custo menor, é  tendência mundial, pois vai ao encontro da busca do consumidor por produtos mais saudáveis e sem conservantes”, ela pontua. No caso do processo asséptico a frio, não há restrições ao uso das resinas de poliéster produzidas em Pernambuco pela empresa, alojadas nas famílias Cleartuf Max e Cleartuf Turbo.•

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