Sombrero de PE

Alfredo Schmitt é o primeiro transformador brasileiro atraído ao México pela Braskem Idesa
Schmitt: sócio mexicano para assimilar cultura local.

Com partida programada para a segunda metade de dezembro, a Braskem Idesa também determina os preparativos para a estreia da vizinha FFS Mexicana. Sua unidade é a fornecedora de sacaria lisa para o complexo de polietileno (PE) erguido no estado de Veracruz, na boca do Golfo. Além da exclusividade nesse suprimento, a indústria sobressai por ser o primeiro investimento da transformação brasileira atraído pelo maior empreendimento em petroquímica da história do México. Nessa batida, a FFS Mexicana apressa o passo para dar início à sua operação em janeiro próximo, exibindo capacidade instalada de 600 t/mês de sacos de PE de alta e baixa densidade (PEAD/PEBD), informa Alfredo Schmitt, sócio da nova transformadora. Com essa investida no exterior, ele complementa, de certa forma, a atividade da FFS no Brasil, cuja planta no Rio Grande do Sul produz sacaria lisa para a Braskem e diversas petroquímicas.

Há cerca de três anos, ao confirmar a implantação do complexo em Veracruz, Schmitt propôs à cúpula da Braskem México investir na construção de uma unidade para atender à demanda por sacaria para resina a ser produzida ali. “Ao mesmo tempo queríamos estar mais perto do mercado norte-americano”, sublinha o executivo, acrescentando que, embora as petroquímicas e distribuidoras no Nafta operem quase que absolutamente pelo modal ferroviário, existem muitos operadores logísticos que ensacam produto nos Estados Unidos. “São potenciais clientes da FFS Mexicana”, enxerga Schmitt. Segundo ele, foram 18 meses de negociações até ficar clara a maioria dos aspectos que envolve uma operação dessa magnitude para um transformador brasileiro. Schmitt esclarece que a FFS México é resultado de uma associação entre ele próprio e um investidor do México, da qual não participam os demais sócios da companhia brasileira e suas subsidiárias comerciais no Chile e Estados Unidos.

Embora não abra nomes, Schmitt sustenta que, sem a participação do sócio local, o projeto da FFS Mexicana patinaria por falta de conhecimento necessário para a sua concretização. “Para atuar em outro país, com outra cultura, um período longo de aprendizado é requerido, tempo que cai drasticamente com um aliado local”, frisa. Também sem dar muitos detalhes, o empresário repassa que a planta entra em operação inicialmente com três coextrusoras  blown importadas, com destaque para seu grau de automação no trabalho com sacos de PEAD/PEBD com três camadas. Sem precisar a fatia que a demanda da Braskem Idesa deverá mobilizar da produção da FFS Mexicana, Schmitt informa que a transformadora acalenta forte participação nos mercados da região. “A demanda mexicana de sacaria lisa não é suprida por fornecedores norte-americanos. Existem mais concorrentes locais, mas estamos levando conceitos inovadores de produção e competitividade que farão a diferença”, assinala .

Com relação aos custos de produção no México, Schmitt alega que eles se legitimarão apenas quando sua planta  entrar em escala industrial regular. Estudos indicam que os custos de mão de obra são inferiores e os de energia mostram-se de leve superiores aos do Brasil, repassa o dirigente. Por características próprias de mercado, completa ele, os preços da resina no México são mais em conta que os praticados no mercado interno dos Estados Unidos. Sem desfrutar de incentivos fiscais, informa o dirigente, a FFS Mexicana mobilizou uma alavancagem de porte não revelada. Em termos de carga tributária total, inclusas despesas com mão de obra, Schmitt estima custos cerca de 15% menores que no Brasil. Ou seja, coloca, se fosse investir em uma unidade similar, mas brasileira, o aporte seria cerca de 15% maior. “Os tempos de burocracia são menores no México, mas existem e é um dos fatores culturais que já citei em favor da joint venture. Tudo seria, portanto, mais difícil não tendo sócios por lá”, reitera Schmitt. •

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