PolyOne compra negócio de TPE da KratonPolymers

aperto-maoTacada orçada em US$ 72 milhões, a compra do negócio de borrachas termoplásticas (TPE) da norte-americana Kraton Performance Polymers Inc. pela componedora conterrânea PolyOne Corp., anunciada em 3 de fevereiro último, ricocheteia no Brasil. As linhas de TPE adquiridas são formuladas a partir de copolímeros de bloco estirênicos, justo o prato de resistência da fábrica da Kraton em Paulínia, no interior paulista. A subsidiária brasileira da PolyOne negou entrevista a respeito do impacto e sinergia dessa transação com sua operação local, centrada em especialidades formuladas no país como masterbatches. Do ponto de vista histórico, a unidade de TPE em Paulínia se distingue pela sucessão de controladores. Ela foi construída e acionada em 1996 pela Shell, em meio a controvérsias internas quanto à sua viabilidade comercial perante a concorrência asiática encabeçada então pelo fabricante chinês Chi Mei, pêndulo global em TPE. Uma ala da gerência da Shell Brasil alertava então para a falta de competitividade da planta de 25.000 t/a, mas o argumento não foi ouvido pela cúpula da companhia, convencida pelo dirigente Reiner Willems. A realidade desnudou o fiasco do empreendimento como negócio, mas funcionou  para Willems como marco de sua gestão no Brasil e para que ele subisse no organograma do grupo anglo holandês. Não demorou muito para a Shell cair fora do negócio mundial de TPE, pisoteada, conforme se previa, por rivais como Chi Mei, e passá-lo a um fundo de investimentos que, bem ao estilo do ramo, vendeu em pouco tempo a operação, unidade de Paulínia inclusa, a outro fundo internacional que fez o mesmo e a fila andou assim até a PolyOne estrear agora no rol dos controladores.

Deixe um comentário