Operação Carne Fraca: mal entendido com embalagens

A Operação Carne Fraca, deflagrada em 17 de março pela Polícia Federal (PF) contra frigoríficos acusados de adulteração nas carnes e de suborno de agentes da fiscalização sanitária, já respingou de forma enviesada sobre o plástico. A investigação realizada em dois anos pela PF levantou, entre as informações de descalabros colhidas em áudio, o uso de mistura de papelão na produção de carne mecanicamente processada (CMS) numa unidade paranaense da  Brasil Foods (BRF). Em comunicado à mídia, a empresa contesta a denúncia da PF alegando que o funcionário gravado “estava se referindo às embalagens do produto e não ao seu conteúdo. Quando ele diz ‘dentro da CMS’, está se referindo à área onde ela é armazenada. Isso fica ainda mais claro quando ele diz que vai ver se consegue ‘colocar EM papelão’, ou seja, embalar o produto EM papelão, pois esse produto é normalmente embalado em plástico”. Desse ponto de vista, a emenda fica pior que o soneto, pois a CMS é acondicionada em sacos de filmes multicamada e papelão não tem vez nessa embalagem, pois não preenche requisitos técnicos necessários, a exemplo da baixa taxa de permeabilidade ao vapor d’água e a adequação às sensibilidades ao oxigênio apresentadas pelos diversos tipos de carnes processadas.

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