O mapa da mina

Embora merecedor de todos os superlativos, o agronegócio brasileiro ainda apanha de paragens...
Daniella La Torre:ferramenta da Basf
contribui para maior vida útil
dos agrofilmes.

Embora merecedor de todos os superlativos, o agronegócio brasileiro ainda apanha de paragens como México, Japão e Europa em termos de consumo de plástico. Ainda assim, o emprego de filmes no cultivo protegido de hortifrútis tem crescido por aqui em extensão e modernidade, sob pressão de um consumidor de alimentos mais exigente e do empenho do agricultor em afiar a produtividade e depender menos dos humores atmosféricos. Vem a calhar para esse propósito a chegada de uma supervisão sideral: a ferramenta para mapear a radiação ultravermelha (UV) de plásticos, assinada pela Basf e dois centros da elite aeroespacial: o alemão DLR e a agência norte-americana Nasa. Em suma, o trio criou um conjunto de mapas que mostram os níveis de radiação UV, fator relevante para degradação prematura de plásticos à luz solar, em todas as regiões do mundo.

Nasa e DLR mensuram com a ferramenta a quantidade de radiação solar UV que atinge a Terra. No desenho dos mapas, os cientistas dos dois centros também consideram variáveis como o horário da operação, época do ano, distribuição espacial e temporal das nuvens, teor de ozônio na atmosfera, neve, gelo e topografia da área estudada.

Este atlas virtual torna mais precisas, com evidentes vantagens econômicas, as previsões para vida útil de filmes como os de estufas e mulching em locais determinados e baixa a possibilidade de falhas no seu desempenho por razões climáticas. Para a Basf, que desfruta exclusividade no uso desse mapeamento do centro DLR, a ferramenta é energético na veia de Thinuvin, sua linha de estabilizadores à luz, aditivos protetores de plásticos contra UV e variações térmicas. “Os mapas resultantes de medições por satélite e estação terrestre ajudarão a empresa a recomendar com mais fundamentos a clientes do agronegócio um sistema de estabilização apropriado às suas necessidades específicas, além de permitir a otimização dos níveis de aplicação desses materiais auxiliares”, traduz Daniella La Torre, técnica especialista em aditivos para plástico da Basf no Brasil.

Condições geográficas, atestam análises da Basf, podem influir na incidência de radiação UV e, por tabela, abreviar a duração de plásticos expostos às intempéries, quadro onde o cultivo protegido se encaixa. Desse modo, a receita de estabilização não pode ser universal. Conforme exemplifica a empresa, radiações UV no centro e norte europeu tendem ser moderadas, enquanto ao sul os indicadores são mais críticos. Estufas na China, Índia, áreas da Austrália e Mediterrâneo precisam, na aferição da Basf, resistir a UV em condições similares aos níveis saarianos de irradiação.

Pelos últimos levantamentos setoriais, a duração média do agrofilme de polietileno é de três anos e a área de cultivo protegido de hortifrútis ainda paira abaixo de 25.000 hectares no Brasil. Cálculos por alto repartem esse território atribuindo ao Estado de São Paulo a parcela de 50%. A seguir, alinham-se a região sul, com 20%; Minas Gerais, com 15%, e o restante está pulverizado.

“As combinações de aditivos anti UV já consideram o perfil climático de regiões, além de diretrizes como tipo de exposição e contato com outros materiais e produtos”, assinala Daniella La Torre. Com a ajuda dos mapas, ela antevê, será possível aperfeiçoar a indicação dos aditivos para o agronegócio. “A ferramenta aumenta o grau de exatidão para se determinar a intensidade local e a densidade de fluxo de energia UV, a ponto de revelar microclimas antes desconhecidos e de altos níveis desse tipo de radiação”, ela completa. •

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