O cultivo das propriedades

Estufas: aditivo de controle microclimático da Cromex melhora aproveitamento da luz e temperatura.

Insumos auxiliares carregam o piano da performance tocado pelos polímeros. Faça chuva ou faça sol na economia, a fila das exigências técnicas anda e os aditivos e cargas evoluem no mesmo compasso, seja para ampliar o alcance das propriedades das resinas ou dotá-las de novos atributos.
Viga mestra do Brasil em masterbatches, a Cromex se abana com um leque de concentrados de aditivos que abarca desde antioxidantes, antiestáticos, deslizantes, antiblocking, estabilizantes UV e auxiliares de fluxo até expansores, antifog, antifibrilantes, agentes de purga, retardantes de chama e clarificantes. Tamanha diversidade pesou para as vendas desse portfólio segurar as pontas na conjuntura recessiva deste ano, deixa claro Giovanni Dias, especialista de brancos, pretos e aditivos. “Não houve um tipo específico de auxiliar mais afetado e, entre aqueles cuja demanda se manteve bem, um exemplo são os estabilizantes UV, por serem empregados em diversos segmentos”, distingue o técnico. É o caso do agronegócio, na sela de sua produção anual orçada em R$1.1 tri, participação de 22,5% no PIB e fatia acima de 40% na pauta de exportações brasileiras. “Para esse mesmo mercado, lançamos este ano um aditivo de controle microclimático para estufas, destinado a melhorar o aproveitamento da luz e temperatura, em particular nos períodos de calor”, esclarece o executivo. Pelo flanco dos auxiliares de processo, ele ressalta o ingresso no mostruário, durante o exercício atual, de um dessecante de performance e um tipo mais avançado de auxiliar de fluxo para a extrusão. “A nova formulação aumenta a eficiência do aditivo na fase de aplicação do polímero na extrusora”, sintetiza Dias.
Aditivos UV também puxam as vendas de auxiliares da  representação Braschemical, cujo catálogo também alinha branqueador ótico, microesfera expansível, glitter, óxido  de ferro micáceo e um exército de pigmentos “A procura tem sido liderada pelos absorvedores UV líquidos e em pó Eversorb, da taiwanesa Everlight”, distingue o vendedor técnico Daniel Aranon. No embalo, ele empunha a introdução este ano dos tipos Eversorb 61 e 761, talhados para o trabalho com poliamida, em virtude de seu alto ponto de fusão. Outra novidade mandando bem nas vendas é o tipo 980DU120 da série de microesferas expansíveis Expancel, um hit entre os desenvolvimentos da sueca AkzoNobel na sua condição de agente expansor e redutor de peso de termoplásticos. “Antes do 980DU120, a temperatura de expansão variava de 80 a 205ºC, restringindo de certa forma o uso de Expancel em alguns processos”, ele observa. “Com o novo tipo, capaz de resistir no limite máximo de 235ºC, ampliam-se a possibilidade para modificar em polímeros olefínicos e estirênicos quesitos a exemplo de densidade, compressibilidade, características superficiais e isolamento térmico e acústico”. Tais ganhos em leveza e isolamento, ele arremata, atraem ao novo auxiliar da AkzoNobel os olhares de produtores de transformados para as indústrias automotiva, aeroespacial e eletroeletrônica.
PVC é irmão siamês da construção civil e, na seara dos seus estabilizantes, sobressai no Brasil a subsidiária da alemã Chemson, pedra angular global nesses auxiliares, escorada no suprimento de matérias-primas por sua empresa mãe, a companhia turca Akdeniz Kimya. Hans Juergen Mitteldorf, diretor geral da Chemson Brasil, assevera ter  condições de nacionalizar, desde que a demanda o exija, qualquer estabilizante para compostos vinílicos do vinil produzido na Europa. No estribo de sua unidade  de 58.000 t/a em Rio Claro, no centro-leste paulista, ele acena com  todos os os meios para replicar estabilizantes de vanguarda servidos pela Chemson no exterior e esclarece que sua capacidade opera mobilizada por encomendas de formulações sob medida. “Não trabalhamos com commodities”, ele sublinha.

Carbonatos de cálcio premium
Compostos de PVC também abocanham 90% do consumo de carbonato de cálcio em plásticos. O Brasil, por seu turno, é o mercado internacional nº1 para compostos vinílicos argentinos. Com a piora da recessão instaurada pelo governo de Cristina Kirchner, manda a lógica que essas importações brasileiras tendam a engrossar, como canal de desova do excedente argentino. Pilastra do Brasil em carbonato de cálcio, a Micron-Ita esquadrinha com lupa o desembarque desses compostos, sejam vinílicos ou de poliolefinas. “Até o momento, a entrada deles não afetou nosso volume de vendas, pois nosso objetivo é contribuir para a competitividade dos componedores locais, de modo a evitar o endurecimento da disputa com o material argentino”,  observa Lairton Leonardi, diretor geral da empresa. “Essa atuação nos permitirá decifrar as tendências do cenário de 2015, previsto como um período de crescimento pífio do Brasil, com grande pressão de custos operacionais e inflação e juros altos”.
Ao longo do ano que vem, confirma Leonardi, a capacidade instalada da Micron-Ita passará de 200.000 para 250.000 t/a. O salto virá à tona mediante a entrada em operação da linha 7, agendada para o quarto trimestre, enquanto a linha 8 já se acha em fase de comissionamento, situa o dirigente. “Vai gerar cargas com tamanho de partícula inferior a um micron”, adianta. “O objetivo é aumentar a especialização do nosso portfólio com alternativas aos carbonatos internacionais de alto rendimento”. A propósito, Leonardi agenda para 2016 a produção de nova gama de produtos calcíticos cretáceos, com granulometria de 1 micron a 2,5 micra.
O pivô dos desenvolvimentos este ano, distingue o diretor geral, foram os produtos de baixo tamanho médio de partícula e alto steepness (atenção para com a homogeneidade e distribuição do tamanho da partícula),derivados de calcários calcíticos, magnesianos e cretáceos. “Proporcionam mais rendimento aos processos de transformação, além de conferir maior resistência ao impacto e estabilidade dimensional ao artefato plástico”, sumariza Leonardi. •

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