Não há beco sem saída

Lanxess assedia novas frentes de aplicação para PA para contornar retração nos campos tradicionais

Pisar no freio nem sempre é sinônimo de desaceleração. Pelo menos para a Lanxess, que desenvolveu, junto com a alemã Boge Elastmetall, o pedal de freio do Porsche Panamera, premiado na categoria “Body Interior” do Prêmio Automotivo da Society of Plastics Engineers (SPE) no ano passado. A mesma parceria desenvolveu, aqui no Brasil, pedais de embreagem para caminhões. Avançar sobre o metal é o percurso traçado pela Lanxess para impulsionar o consumo de seus compostos de poliamida (PA), evidencia o gerente técnico de High Performance Materials da subsidiária da Lanxess no país, Anderson Maróstica.

A extrusora KraussMaffei, instalada na unidade de beneficamento de resinas em Porto Feliz, interior paulista, ainda não opera a pleno sua capacidade nominal de 20.000 t/a de compostos de poliamida, assinala o executivo. Desde a inauguração da unidade, em 2014, a taxa de ocupação não passou de 80%, situa Maróstica. A situação poderia ser pior, ele nota, se a empresa não tivesse recorrido ao desbravamento de mais aplicações, a exemplo dos pedais injetados para caminhões.

Compostos de poliamida têm na indústria de autopeças quase 70% do consumo, seguido de longe por peças técnicas a exemplo de itens para o setor elétrico e a indústria de eletroeletrônicos.Mas esses mercados, dominados por bens duráveis, tem patinado em gelo fino com a renitente retração das vendas de carros novos nos últimos quatro anos. Para reagir à calmaria, a Rhodia, braço da Solvay que polimeriza PA 6.6 e gera compostos desse polímero e PA 6 no ABC paulista, optou por exportar parcela significativa da produção local.

Tanque de moto: ofensiva de PA 6 sobre metal.

Com a vantagem de reduzir peso, o composto de poliamida já começa a substituir o metal também nos front-end (travessa do para-choque), retoma o fio Maróstica. No Brasil, quatro modelos de veículos já adotaram front-end injetados com PA, caso de utilitários esportivos. Na Europa, a produção dessas peças em compostos de PA já está madura – em 10 anos, foram desenvolvidas 70 aplicações e produzidas cerca de 40 milhões de unidades. A novidade é o desenvolvimento para o Honda Clarity, modelo conceito da montadora, destacado pelo uso de materiais para redução de peso e economia de combustível. No radar da Lanxess , encaixa Maróstica, pinta promissor o mercado de motos. A ideia é produzir um composto para desalojar o metal dos tanques de combustíveis, investidas bem sucedidas na Europa e na Índia.

A planta da Lanxess em Porto Feliz, conta Maróstica, é abastecida com polímeros produzidos no complexo do grupo na Alemanha. Por sua envergadura, deixa claro o especialista, o mercado brasileiro não justifica a construção de uma unidade de polimerização de PA 6. “Dispor de capacidade global da resina em grande escala e produzir nas proximidades do cliente nos traz competitividade e contribui para a internacionalização das especificações”, assinala o gerente técnico.

No ano passado, a Lanxess adquiriu um espectrofotômetro para a base em Porto Feliz e nacionalizou a produção de grades coloridos. Eventuais investimentos em ampliação da capacidade de beneficamento, no entanto, ainda deverão esperar luz verde emitida pela conjuntura econômica,deixa patente Maróstica. •

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