Não é para qualquer um

Termocolor cresce há 35 anos em meio à pedreira em masters e compostos
Fantinati e seus filhos Roberta e Fábio: conselho administrativo acelera tomada de decisões estratégicas.

A baixa barreira de entrada é uma característica para o bem e para o mal do setor de masterbatches. Do lado positivo, tem sido uma porta aberta para o empreendedorismo na cadeia do plástico. O efeito nefasto foi a proliferação de concorrentes incompatível com a demanda de concentrados. Vem daí, por sinal, o índice de mortalidade no ramo e, por extensão, não é qualquer indústria que consegue, nesse ambiente inóspito, sair da vala comum das pequenas tiragens do arroz com feijão em cores e aditivos. Pois a diferenciação no portfólio e atendimento tiram há 35 anos, a Termocolor desse quadrado. “Claro que preço é ponto forte nas negociações, mas procuramos dar ao cliente algo além do que ele busca, customizando produtos, focando especialidades e valorizando a assistência pós-venda”, sintetiza o presidente Lourival Fantinati.

Em 1984, o consumo potencial de colorantes era um brilho nos olhos dos fundadores da Termocolor (abreviação de termoplásticos coloridos), nenhum deles, aliás, calouro na cadeia do plástico. Além de Fontinati, integravam o controle Antonio Salinas, Francisco Luiz Silva e Ivan Botasso, todos hoje fora da empresa. “Iniciamos a produção tingindo polipropileno (PP) e poliestireno (OS) para peças da linha branca e beneficiando resinas para petroquímicas”, rememora Fantinatti. Montada em Diadema, Grande São Paulo, a planta partiu com cinco extrusoras e, em menos de meio ano de jogo, a produção beirava 200 t/mês, situa o dirigente. “Masterbatches ganharam o mix em 1990 e o primeiro fornecido foi um concentrado dourado para injeção de utilidades domésticas”. Corte para hoje: a capacidade instalada da Termocolor totaliza 50.000 t/a, a cargo de 16 extrusoras, a maioria dos tipos dupla rosca e corrotante, um parque fabril com vida útil na média abaixo de 10 anos, delimita Fantinati, sublinhando sua política de destinar 1-2% da receita anual à manutenção das linhas e 2% para comprar extrusoras e periféricos. Sem desnudar números, o presidente reparte o faturamento atual da Temocolor entre masters, com 40%; compostos e beneficiamento, com respectivas participações de 20% e tingimento e aditivos, com fatias individuais de 10%.

Ao longo desses 35 anos, deixa claro Fantinati, sobram desenvolvimentos que fizeram o nome da Termocolor. Em 1989, ele exemplifica, veio à tona um composto de PP com 70-75% de carga mineral, desenhado para a injeção de móveis de jardim. Um ano depois, emenda o presidente, foi a vez de uma resina de PS acrescida de efeito fumê para peças internas de geladeira. Já 2000 marcou, distingue Fantinati, pela entrada dos masters de cores especiais e de efeito perolado com resistência a altas temperaturas. Em 2011, a Termocolor sobressaiu pelo lançamento de master com agente antimicrobiano para utilidades domésticas em geral, assinala o presidente. “Hoje em dia, nosso índice de acerto de cor na primeira amostra anda perto de 90% e reduzimos a sete dias o prazo de lead time (da compra de ingredientes à entrega do material acabado)”.

A escalada da Termocolor foi turvada em 1995 pelo falecimento do sócio Ivan Botasso, responsável pela área comercial. Seu lugar foi desde então ocupado por sua esposa, Emanuela Botasso, que deixou a empresa em 2018. No início deste ano, Lourival Fantini adquiriu a participação de Emanuela na componedora. “Por 24 anos, a gestão da empresa era partilhada entre mim, na área técnica e industrial e Emanuela, na comercial, com as decisões estratégicas tomadas em conjunto”, expõe o dirigente. “Com a saída dela, foi formado um conselho, integrado por meus filhos Roberta e Fábio, respectivos diretores administrativo e de desenvolvimentos, e completado por executivos da empresa, agilizando os posicionamentos e melhorando assim os resultados na compra de matérias-rimas e comercialização dos nossos produtos”.

Outra mexida a fundo no perfil da Termocolor é a incorporação da Plascomcor, componedora antes presidida por Fábio Fantinati e dedicada a masters e compostos para aplicações automotivas. Na ativa desde 2003 em Mauá, Grande São Paulo,a Plascomcor roda uma capacidade estimada em 1.000 t/mês. “Essa fusão veio para somar, pois nos contemplará com o que não é viável produzir hoje aqui na sede em Diadema”, racionaliza Fantinati. “A Plascomcor está alinhada no segmento da Termocolor, não compete com os clientes dela e alarga as opções de produtos e volumes que oferecemos”. Por enquanto, está em estudo a hipótese de a unidade de 5.000 m² da Termocolor absorver os ativos da planta em Mauá.

Além de novo sistema de gestão por TI e de programas de reciclagem de conhecimentos para o quadro de pessoal, os pontos altos dos investimentos da Termocolor este ano incluem a compra de uma extrusora dupla rosca de 50 mm de diâmetro. “Vai atender à demanda de lotes médios de especialidades”, indica Fantinati. Em paralelo, frisa, a componedora toca projeto de total automação do parque fabril a médio prazo e se debruça sobre a possibilidade de descentralizar sua produção. “No passado, estudamos a implantação de fábricas em algumas regiões, mas a análise à época nos levou a alternativas mais acessíveis, como estoques locais de segurança e negociações diferenciadas de frete”, relata Fantinati. A ideia de abrir filiais foi retomada desde 2018, com base no crescimento obtido mesmo nos últimos tempos de amargar. O faturamento no ano passado, ilustra o presidente, superou em 9% o de 2017 e ele confia em salto de 20% no período atual. “Diante disso”, ele adianta, “está em estudo avançado a instalação de uma filial no Nordeste, provavelmente em Recife (PE), e já iniciamos a abertura de outra em Itajaí (SC)”. •

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