Mãos à obra

Vendas de materiais de contrução começam a reagir, atesta o presidente da Anamaco
Conz: R$ 7 bi na Caixa para financiar material de construção.
Conz: R$ 7 bi na Caixa para financiar material de construção.

Agosto nunca foi lá essas coisas no calendário das vendas de materiais de construção. Este ano, porém, o balanço do mês piorou pelo fato de, em essência, as Olimpíadas terem paralisado o mercado em três semanas, a ponto de o movimento de agosto ter ficado 9% atrás do saldo de julho último, calcula Cláudio Conz, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco). A derrapagem em agosto,no entanto, não enfraquece a fé do dirigente no crescimento das vendas do setor em 2016 sobre o resultado de R$ 115 bi registrado em 2015, total 5% abaixo do aferido em 2014. Ou seja, um otimismo assentado sobre a mirrada base do exercício anterior. Entre suas justificativas, Conz cita a esperança de melhor acesso dos clientes ao crédito e a arejada no ambiente para negócios trazida pela mudança de governo. Na mesma clave, pesquisa de campo da Anamaco com 530 lojistas ao final de agosto captou que 54% deles estão otimistas com as ações do governo Temer nos próximos 12 meses. Isso é música aos ouvidos dos artefatos plásticos para a construção, reduto capitaneado em volume pelos tubos prediais de PVC. Além do mais, Conz costuma recomendar aos lojistas que esqueçam o câmbio, o desemprego, o PIB negativo e a queda do poder aquisitivo. “O consumidor existe e temos que atraí-lo para a nossa loja. Nosso inimigo é a loja do concorrente”.Nesta entrevista, o presidente da Anamaco expõe sua confiança na retomada.

PR – Qual o fundamento da sua expectativa de crescimento de 3% a 5% no faturamento do comércio de materiais de construção este ano num cenário de consumidor empobrecido, crédito ultra restrito e mercado imobiliário estagnado?

Conz – Pelo quarto mês seguido, comparado aos meses de maio a agosto do ano passado, as vendas tiveram um crescimento de 8%. Tudo indica que os números continuem a subir no restante do segundo semestre e que a expectativa de crescimento do ano seja de 5%. Podemos perceber um clima mais favorável no mercado, tendo em vista a atuação dos negócios e as novidades nas questões políticas. O atual governo, por exemplo, já deixou claro que “sem construção não há desenvolvimento”. Ainda há os R$ 7 bilhões disponibilizados pela Caixa Econômica Federal para financiamento de material de construção, ampliação ou reforma de imóveis. Só vê crise quem não direciona o olhar para a oportunidade.

PVC: portas e janelas fora do radar da Anamaco

A cada mês, a Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco) esquadrinha com lupa um universo arredondado em 140.000 lojas, alvo de pesquisa mensal da entidade centrada em 63 categorias de produtos. O plástico bate ponto entre elas, representado por tubos, caixas d’água e torneiras, entre os artefatos mais significativos. Entre os ausentes, sobressaem as portas e janelas de vinil. “A Pesquisa Anamaco não tem sempre as mesmas categorias para serem monitoradas”, argumenta Cláudio Conz, presidente da entidade. “Para isso, é preciso ter o interesse de um comprador na indústria e, nesse caso, ainda não temos nenhum interessado, daí a inexistência de pesquisas sobre portas e janelas de PVC”.

PR – Nesses dois anos seguidos de recessão, quais as principais mudanças notadas pelos lojistas nos hábitos de compra de materiais de construção?
Conz – O consumidor teve que se adaptar à crise. A sua primeira reação foi economizar naquilo que considera supérfluo para que, dessa forma, consiga garantir o básico. Em relação ao nosso setor, as amplas reformas foram adiadas, mas nem sempre dá para adiar as de primeira necessidade. São 66 milhões de casas e apartamentos no Brasil que, uma hora ou outra, precisam ser reparadas.

PR – Quais os tipos de ações de fabricantes de materiais de construção que recomenda para incentivar vendas no PDV numa conjuntura de crise?
Conz – Além do corte nos gastos, a mudança do consumidor se deu pelo seu comportamento. Ele está cada vez mais exigente, buscando produtos de baixo custo e alta qualidade. Por isso, é preciso priorizar o atendimento ao cliente, oferecendo um serviço de qualidade – investir em qualificação de todos os que trabalham na loja tem sido um diferencial de sucesso. A loja que mais se inovar, no sentido de conhecer o seu cliente, certamente vai se destacar. •

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