Friozinho arretado

Casaco tem tanto a ver com o Ceará quanto macaxeira com o Rio Grande do Sul, certo? Não é bem assim, prova Joaquim Caracas, o visionário presidente da Impacto Protensão (ver à pág. 20), com sucesso de outra aparente doideira sua: o Hotel Vale das Nuvens, que ele construiu há quatro anos com quartos de plástico reciclado em sua cidade natal, Guaramiranga, interior cearense, a 93 km do calorão de Fortaleza. “Além da beleza natural, o clima frio, de temperaturas inferiores às da maior parte do Nordeste, torna agradável o ambiente do hotel e oferece aos hóspedes uma experiência similar à desfrutada em regiões ditas mais nobres”, defende o empreendedor.
A sacada deu tão certo que, na selfie de hoje, o Vale das Nuvens recebe, em média, 400 hóspedes mensais e mais que duplicou a quantidade de quartos em relação ao projeto original. “Já efetuamos duas expansões desde a inauguração, passando de 16 para 35 quartos hoje em dia numa área construída de 1.500 m², dispondo de mais de 20 hectares de verde que se misturam com o terreno da minha família”. Caracas prevê para o ano que vem o retorno do seu aporte inicial, da ordem de R$ 1 milhão em recursos próprios, para botar o hotel de pé em 2012.
O hotel também constitui um desdobramento de uma epifania que Caracas teve ao passear numa praia e dar com um painel de madeira com casas pintadas. Foi quando encasquetou de criar módulos habitacionais de plástico reciclado para uso temporário, como banheiros públicos, alojamentos ou refeitórios, hoje um negócio chave para a Impacto. O projeto de um hotel em Guaramiranga trouxe a tiracolo a ideia dos quartos de plástico. Do projeto à finalização do primeiro grupo de quartos, transcorreram perto de oito meses, ele situa. O prazo da obra caiu a olhos vistos e é sua maior vantagem, julga Caracas. “Com pouca gente no canteiro, é possível levantar seis quartos de 20 m² em duas semanas”, situa. “Como as paredes são mais finas que as de alvenaria tradicional, temos maior aproveitamento da área e,no geral, economizamos 20% nos custos”.
Os quartos do Vale das Nuvens, ele informa, empregam placas de polipropileno (PP) reciclado, refugo originário de outros produtos para a construção civil da Impacto Protensão, como fôrmas para execução de lajes nervuradas, danificados ou aquém do padrão de qualidade da empresa. “São remetidos para tritura em três empresas locais e produzimos as placas com os grãos devolvidos, aplicando na instalação poliestireno expandido (EPS) como isolante térmico”, esclarece o engenheiro, complementando com o uso de telhas de plástico em todas as dependências.
A hipótese de uma filial do hotel de plástico está descartada. No momento, Caracas se volta para o projeto de plantio de uva, irrigação por gotejamento e vinícola ao lado do Vale das Nuvens, além de erguer um castelo para alojar recém casados. “Com o clima mais frio, um vinho é sempre bem-vindo e sua fabricação no próprio hotel funcionaria como outro atrativo para hóspedes e mais uma fonte de renda para trabalhadores da região”, argumenta o inquieto empresário. “Quanto ao castelo, segue sem previsão de inauguração e seu local deve ser revisto, pois o crescimento das reservas do hotel viabiliza a possibilidade de nova expansão do número de quartos”. •

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