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Indaiatuva: nível de 70% de automação da produção.

A virada no jogo da produção da Tecnopeças começou a brotar em 2013, por obra da sua transferência para Indaiatuba, no interior paulista, após 32 anos de ativa na zona leste paulistana. Mas a reviravolta remonta a um planejamento datado de pelo menos três anos antes da mudança e culminou com a troca de 80% do maquinário dessa indústria de renome internacional na estampagem de materiais flexíveis, a exemplo de sua escalação no time dos fornecedores latino-americanos exemplares da sueca Electrolux, loura quente da linha branca. “Nos últimos cinco exercícios, adquirimos oito equipamentos e estamos programando a compra de, no mínimo, mais cinco”, avisam Cesar Tacito, diretor geral, João França, gerente de qualidade, e Vania Costa, gerente de recursos humanos. A atualização do parque fabril, estima o trio, ensejou salto de 30% para 70% no nível de automação dos processos. “Temos linhas aptas a dar contar da adesivação, corte e limpeza da peça. Ação direta de operadores é necessária apenas para abastecer a máquina e retirar o produto final”, sublinham. As etapas mais complexas de automatizar, elegem os porta-vozes, são as de acabamento e revisão do artefato pronto, ainda 100% dependentes de intervenção manual.
A transformadora é especializada em peças técnicas à base de materiais flexíveis e supre, em especial, as indústrias automobilística, de eletrodomésticos, embalagens construção civil e naval. Sua capacidade produtiva, delimitam os três gestores, ronda a casa de 18 milhões de peças mensais. Elas consomem 180.000 m² de matérias-primas, incluindo espuma de poliuretano, borracha de etelno-propeno-dieno (EPDM), copolímero de acetato de eteno vinila(EVA), feltros, espuma de polietileno (PE) expandido, PVC expandido, nãotecidos e fitas especiais. Dão corpo ao parque da Tecnopeças cinco laminadoras e 10 prensas, sendo dois equipamentos para adesivo acrílico base água, um para hot melt, dois para adesivo transferível, além de quatro prensas automáticas, quatro de corte vinco e mais duas de corte blank. A vida útil de cada um, assinalam Tacito, França e Vania, varia de acordo com sua manutenção. Contudo, eles contrapõem, tratam-se de máquinas robustas, aptas a rodar até 25 anos sem problemas, eles dizem, acrescentando que cerca de 3% do faturamento são aplicados em manutenção preventiva e renovação de maquinário.
A Tecnopeças, atestam Tacito, França e Vania, destina corretamente todo o refugo passível de reciclagem e alguns recupertados voltam ao processo como matéria-prima. Além disso, a empresa capta a água da chuva para limpar áreas externas, regar jardins e alimentar o sistema de refrigeração da planta, medida de sobrevida em tempos de pane hídrica sem fim à vista no Sudeste. Armazenada em reservatórios, essa água é bombeada pelas telhas de concreto, influindo na queda de até 7ºC na temperatura ambiente no interior da fábrica, expõem os porta-vozes.
Na foto tirada hoje, a Tecnopeças opera em um turno e conta com 20 funcionários na administração e 80 na área industrial. Com o impulso nos volumes dado com a última rodada de compra de equipamentos, projetam Tacito, França e Vania, o plano é adicionar outro turno na produção já em 2015. Nos bastidores dessas metas, a capacitação do chão de fábrica é preocupação corrente. Apenas em 2014, a Tecnopeças aplicou diversos treinamentos on the job, no próprio posto de trabalho, abrangendo autocontrole de qualidade, interpretação da documentação e preenchimento de registros de qualidade e processo. Além disso, foram ministrados cursos dentro da empresa que incluíram Controle de Medidas e Leitura, Interpretação de Desenhos e Manutenção Produtiva Total. Para o exercício atual, acenam as três fontes, estão no gatilho cursos como Controle Estatístico de Processo, Programa 5S e Métodos de Análise e Solução de Problemas (MASP).
Entre os treinamentos, pinçam os gestores, sobressai o de controle de qualidade. “Orientamos o pessoal operacional sobre defeitos que cada produto pode apresentar em caráter eventual e as respectivas consequências junto ao cliente. Falamos também das penalidades para a Tecnopeças na ocorrência de reclamação relativa a tais falhas”, eles explicam. Por essas e outras, são conduzidas reuniões às segundas-feiras para exposição dos balanços de qualidade da semana anterior, englobando rejeições internas, reclamações de clientes e reprovações das matérias-primas no recebimento e produção. Esse encontro, no entanto, não impede a adoção de medidas extraordinárias para tomada de ações corretivas. Para tanto, enfatizam os porta-vozes, a transformadora utiliza o método MASP-8D para análise e solução de problemas em oito disciplinas. “Todos os envolvidos, de líderes a auxiliares, tomam parte no processo”, frisam. Ainda este ano, emendam, a empresa vai incorporar mais ferramentas para auxiliar nesse controle a prevenção na geração de refugos, tais como Controle Estatístico de Processo (CEP) e Métodos à Prova de Erro (Poka-Yoke).
A Tecnopeças engrossa o time de transformadores brasileiros às voltas com dificuldades para atrair mão de obra qualificada. “Soluções práticas implantadas para minimizar o problema incluem abertura do leque de busca de candidatos via sites de emprego, relacionamento com grupos de RH e por meio de consultorias”, abrem Tacito, França e Vania. Se, com tudo isso, a empresa não encontrar o profissional com o perfil desejado, contrata alguém possuidor de requisitos básicos e elabora um plano de desenvolvimento individual (PDI). “O programa cobre desde treinamento no local de trabalho até cursos profissionalizantes”, esclarecem. A Tecnopeças também firmou parcerias com escolas técnicas, faculdades e institutos de idiomas visando retenção de talentos e diminuição da rotatividade de pessoal.
O quadro de pessoal em Indaiatuba, por sinal, tem participação ativa nos planos de melhoria dentro da empresa. Por meio de programa de sugestões, os funcionários encaminham ideias envolvendo um misto quente das facetas do negócio, um universo extensivo da produção e meio ambiente até segurança do trabalho e relacionamento com clientes, fornecedores e parceiros. De saída, as propostas passam pelo crivo da área de RH e seguem para a análise isenta e confidencial de um comitê, asseveram Tacito, França e Vania. A seguir, todos os participantes recebem um feedback e ficam sabendo a razão da aprovação ou não de suas sacadas. “As sugestões adotadas são recompensadas com viagens, dinheiro ou equipamentos, dependendo do grau de economia ou agilidade no processo que foram gerados”, complementam os três gestores.
Embora o segmento de linha branca detenha a maior participação no faturamento da Tecnopeças, é parte da estratégia da transformadora não depender de apenas um nicho de mercado. “Nos dois últimos anos, abrimos frentes em construção civil e, principalmente, na indústria automotiva”, indica o trio de executivos. Para 2015, a projeção deles é de a clientela das linhas branca e de autopeças corresponder, cada uma, a 30% da receita, seguidas por construção, com 20%. Os 20% restantes serão repartidos entre os redutos de saúde, naval, alimentício, brindes e cosméticos. Em meio à economia já de língua de fora, a Tecnopeças atingiu no ano passado o crescimento esperado, pondera o diretor Tacito, sem abrir o valor gerado pelas operações. Para o exercício atual, apesar dos suspiros gerais pela chegada de 2016 o quanto antes, ele confia no taco da empresa para não negar fogo na performance. •

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