EUA: Total, Borealis e Nova Chemicals formam joint venture

De 2017 a 2019, a capacidade norte-americana de eteno deve aumentar 9.740 milhões de toneladas, enquanto a de polietilenos (PE) será acrescida de 5.850 milhões de toneladas, estima Paul Hodges, blogueiro do portal Icis. Nas invariáveis exposições de motivos dos complexos idealizados, a maioria deles erguida na Costa do Golfo, o grosso desse excedente seria absorvido sem traumas a ponto de, por volta de 2022, o mercado requerer nova rodada de aumentos na produção de eteno e de PE pela rota do etano separado do gás natural, este extraído de xisto ou petróleo. Tal convicção, em alta há cerca de sete anos, coloca o analista, vem sendo chamuscada por quatro fatores primordiais e então inimagináveis pelos investidores: perda de competitividade dos custos da rota gás versus nafta, pois o barril não voltou a superar a marca de US$100; crescimento em ritmo mais moderado da China; a retórica antiglobalização de Trump e a pressão ambientalista contra o plástico descartado.

Em reação ás mudanças no panorama, despontam indícios de rearranjo e integração no setor petroquímico, caso do anúncio em 19 de fevereiro do acordo sobre a constituição de joint venture entre a francesa Total AS, detentora de 50% do controle, e a austríaca Borealis Ag e a canadense Nova Chemicals, ambas mobilizando a parcela restante na sociedade Novealis Holdings LCC. Situados na Costa do Golfo, os ativos em foco incluem o cracker de 1 milhão de t/a de etano em construção na localidade texana de Port Arthur e com partida agendada para 2020, além da planta de 400.000 t/a de polietileno de alta densidade já na ativa em Bayport e, no mesmo local, uma unidade, ainda em projeto e adepta da tecnologia Borstar da Borealis, com capacidade nominal de 625.000 t/a da resina linear.

Segundo o analista John Richardson, colega de Hodges no portal Icis, as produtoras de polímeros enfrentam dificuldades para lucrar com o modelo de negócios hoje estabelecido no setor, baseado numa vantagem de suprimento de matéria-prima upstream (etano) para geração de petroquimicos básicos e resinas para o mercado mundial. “Desde o início dos anos 2000”, nota, “o modelo funcionou muito bem no Oriente Médio e os EUA seguem nessa trilha na esperança de um sucesso semelhante”, publicou Richardson em seu visitado blog. “A demanda desde o início de 2000 foi encarada pelos empreendedores como uma consideração secundária”, ele assinalou. “A perda potencial de mercados de uso final por causa das proibições de embalagens plásticas é uma das várias ameaças a esse posicionamento”.

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