Estireno: Videolar-Innova quer dobrar capacidade em dois anos

Estireno encabeça o rol de materiais prioritários para a Videolar-Innova, produtora também de poliestirenos de uso geral, alto impacto e expansível (EPS). Essa primazia foi confirmada pelo acordo divulgado em 17 de abril e firmado com a Braskem, fonte de petroquímicos básicos, para a empresa dobrar para 420.000 t/a a capacidade instalada do monômero no seu complexo gaúcho de Triunfo. Conforme foi anunciado, a intenção é dispor do estireno adicional em abril de 2019. Um ponto-chave do plano é a garantia de matéria-prima para tanto. No caso, tratam-se de eteno e benzeno, insumos providos pela Braskem. É notória a disponibilidade de benzeno para terceiros na central em Triunfo, mas os indicadores de folga na oferta para eteno permanecem opacos. Afinal, por não poder desfrutar de todo o potencial de geração de eteno via nafta no Rio Grande do Sul, a Braskem investiu na produção anual de 200.000 toneladas desse insumo pela rota mais cara da alcoolquímica, material canalizado para a composição do chamado polietileno verde.

Procuradas por Plásticos em Revista, a Braskem negou entrevista e a Videolar Innova não revelou o volume de eteno a ser consumido na acalentada duplicação de sua capacidade de estireno, frisando apenas em resposta que a operação é “efetivamente eficaz”. Indagada sobre o nexo de investir nessa ampliação sob três anos de recessão sem trégua no lombo de todos os mercados cobertos por estireno, a exemplo de tintas, pneus e termofixos, a empresa assinala que uma fração do estireno adicional calçará a prevista duplicação para 50.000 t/a da sua capacidade de EPS. No mais, ela recorre aos bons fluidos do pensamento positivo.

“Nossa companhia é brasileira e segue acreditando no Brasil. Está no nosso DNA. Não se pode enveredar por um negócio dessa magnitude e importância sem visão de longo prazo. Avaliamos que a situação macroeconômica em geral deve melhorar e a retomada aos negócios de forma mais contundente acontecerá. É a hora certa para investir”. No arremate, a Videolar-Innova desvenda uma mexida na imagem corporativa: Innova passa a ser a marca exclusiva dos seus materiais e artefatos transformados. Segundo foi explicado, “Innova é marca de referência em petroquímicos. Videolar esteve sempre e continua ligada ao segmento de entretenimento, onde já não mais atuamos”. A experiência mundial levanta alguns pontos a considerar. De cara, a alusão a entretenimento em nada perturba sua junção com a atividade petroquímica, como prova a atuação da Samsung, ícone global em áudio e vídeo, como produtora de copolímeros estirênicos. No mais, a Videolar Innova terá um suadouro pela frente para distinguir no exterior a sua nova marca de expoentes do universo químico como a canadense Innova, a chinesa Innova e a indiana Innova.

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