Ela carrega e toca o piano

Vibraço garante o show das embalagens no ponto de venda

Mais de duas décadas em céu de brigadeiro, emoldurado por crescimento anual de dois dígitos, foram abortadas de um golpe para o setor de cosméticos em 2015. Sensores setoriais cravam queda de 8% no faturamento do ano passado e o recuo periga refestelar-se no período atual, à sombra da piora da recessão e do decretado aumento do ICMS para produtos de higiene e beleza. Efeito dominó, endurece a competição por uma demanda encolhida e, no ponto de venda, cresce a relevância das apresentações dos produtos, para laçar o olhar e acordar o impulso da compra. É aqui que mega grifes de cosméticos como Procter & Gamble (P&G) demonstram o quanto vale contar na retaguarda com a maestria da Vibraço para carregar, afinar e tocar o piano de suas embalagens.

A reputação da Vibraço foi construída desde 1960 tijolo por tijolo, bem ao estilo de fobia a holofotes do fundador Roberto Ávila Pereira Jr. Seus únicos senões são a fixação sem cura no Fluminense e, quando era síndico, a mania de atazanar o cantor e vizinho vascaíno Roberto Carlos, desligando de farra o ar condicionado central do prédio na praia carioca da Urca. Mas, para dentro da porteira da indústria pulsante em Duque de Caxias, no Grande Rio, a perfeição sempre foi uma meta levada a sério.

Na selfie atual, a Vibraço roda seis dias por semana e, desde julho passado, opera em regime de dois turnos, informa Luiz Carvalho, gerente comercial e de projetos da empresa. “Nossa capacidade instalada hoje chega a 500 t/mês de sopro e 250 na injeção, mas temos trabalhado com 60% de ocupação devido à crise”. O parque industrial, ele delimita, apresenta 27 sopradoras por extrusão contínua, 12 injetoras com força de fechamento entre 100 e 320 toneladas, três linhas de injeção/sopro (injection blow), três máquinas para PET, 16 equipamentos de serigrafia, rotuladeiras e um túnel para rotulagem sleeve. As máquinas têm idade média de oito anos e, em prol da produtividade e economia fabril, a Vibraço investe, a cada exercício, de 10% a 15% do lucro operacional na compra de equipamentos, estima Carvalho. Essa caça à competitividade se completa com auditorias constantes para manutenção do certificado ISO 9001.2014 e com o capricho na capacitação do quadro de pessoal, repartido entre 130 funcionários na área de produção e 50 nos demais setores. “Treinamentos internos e externos são ministrados em todos os escalões, dos operadores de máquinas à alta gerência, para aprimorar o programa anual de Boas Práticas de Fabricação (BPF)”, revela o executivo.

O grau de automação na Vibraço, deixa claro Carvalho, é alto nas esferas do sopro, injeção, impressão e rotulagem. “A intervenção manual sobressai no abastecimento dos equipamentos e no de embalamento dos produtos. O cenário político e econômico barra qualquer previsão de automatizar essas etapas a curto prazo”. Na escora da produção, a Vibraço usufrui duas frentes.Uma delas é a ferramentaria, apta a confeccionar moldes para suas injetoras e munida de centro de usinagem e eletroerosão, fresas, tornos convencionais e CNC, softwares de usinagem e de projetos 3D. O outro pé de apoio é um laboratório com toda a parafernália digital requerida para atender a contento uma carteira onde reluzem, além da P&G, forças em cosméticos como Wella, Baruel, Biotropic e Alfaparf, além da grife de sal Cisne.

Reciclado responde por 10% da resina transformada pela Vibraço. “Esperamos a duplicação do índice em dois anos, com base na crescente aceitação desse material pelos clientes”. A submissão da Vibraço aos mandamentos sustentáveis é visível em ações como coleta seletiva e remessa do refugo para recicladores, ilustra Carvalho. •

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