Contagem regressiva para o operador de máquinas

Pesquisa da consultoria norte-americana McKinsey a respeito do impacto da automação em 820 ocupações expõe um efeito colateral da Indústria 4.0 que o professor Glauco Arbix, ex presidente da Finep, considera um problemão por ora insolúvel: o que fazer com a multidão de desempregados pela manufatura inteligente, uma preocupação que, por sinal, rendeu muito voto para Donald Trump. Pelo levantamento da McKinsey, se há um cargo com potencial de ser 100% varrido do mapa pela tecnologia é o do operador de máquinas industriais e, na sua cola, as atividades de coleta e processamento de dados. Em contraste, o estudo traz um refresco para uma ala do setor de serviços: executivos de empresas, estatísticos e designers de moda, aponta o estudo, deparam com apenas 10% de possibilidades de serem defenestrados pela robótica. Em seu discurso institucional, a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), costuma buzinar como referência positiva do setor a geração da ordem de 300.000 empregos diretos por cerca de 11.500 transformadores. A julgar pelas previsões de um exército de analistas como a McKinsey, essa imagem caminha a passos largos para entranhar-se no passado, nas pegadas daquela frase do compositor Toquinho: “eu sou do tempo em que fumaça de fábrica significava progresso”.

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