Como injetar competência

Aspro Plastic
Aspro Plastic: injeção integrada com ferramentaria.

Se o critério for o poder de seduzir investidores, o setor de peças técnicas hoje ameaça sobrepujar o de artefatos convencionais, a tiracolo do valor impregnado na complexidade, precisão e tiragens mais restritas dos seus itens.Em contrapartida, o negócio exige um padrão de excelência industrial muito mais oneroso e trabalhoso de ser mantido e aguçado que uma operação de escalas de massa de artigos de cunho simplório. É por saber trilhar esse fio da navalha, entre as pressões dos custos e das exigências crescentes do mercado, que a Aspro Plastic virou ponto de visitação obrigatória para quem vende tecnologia para produtos como molduras para freezer; manípulos de eletrodomésticos em geral e componentes automotivos, a exemplo de carcaça de faróis, braços, armações ou capas de localizadores aprovados por montadoras como a Fiat.
Em meio ao arvoredo da sede em Sorocaba, interior paulista, a transformadora presidida por Ivaldo Ferreira opera um parque de 31 injetoras na ativa, 17 delas da alemã Arburg (sete modelos hidráulicos Allrounder Golden Edition), com forças de fechamento de quatro a 1.300 toneladas. “Temos 25 linhas hidráulicas, cinco elétricas e uma híbrida”, especifica a diretora geral Sirlei Munhós. “Até o final de 2015, cumpriremos a meta de comprar uma injetora de 1.500 toneladas”, ela assegura. Como referência dos investimentos regulares em modernização, Sirlei informa que todas as injetoras foram trocadas nos últimos 10 anos, exceto um equipamento recebido em 1999. “Calculo em seis anos a idade média do nosso efetivo de máquinas”, ela situa. A produção, aliás, é monitorada por sistema GRT. “Gerencia o estado real das máquinas, apontando dados a exemplo de paradas e geração de refugo em linha e liberando relatórios, gráficos e  indicadores da manufatura a exemplo de MTBF (Mean Time Between Failures) ou período médio entre falhas) e MTTR (Mean Time To Repair ou tempo médio de reparo)”, ilustra Sirlei. A propósito, a Aspro também transita pela injeção a gás, fornecendo peças como bicas de torneiras para a Lorenzetti ou puxadoras para geladeiras da Mabe.
Na retaguarda, a Aspro dispõe de ferramentaria habilitada para confeccionar moldes de até oito toneladas, delimita Sirlei. A área conta com os préstimos de seis linhas de eletroerosão, uma de solda, uma furadeira, duas linhas de retífica plana e três unidades de, respectivamente, tornos, linhas CNC e de fresas. A diretora geral retoma o fio salientando o grau de automação do processo na fábrica e fixa, para o exercício de 2015, a meta de varrer a intervenção manual da  colocação de insertos no molde para injeção. “Já dispomos do orçamento para automatizar essa etapa”, comenta.
Na foto do momento, a capacidade da Aspro é projetada pela diretora em 1.700 t/a de injetados, à sombra de um regime de três turnos de segunda a sexta e dois sábados por mês, mobilizando 95 funcionários no chão de fábrica (ferramentaria inclusa). “Estimo a produção diária em 22 horas”, ela estabelece. No cômputo mensal das principais resinas consumidas, Sirlei atribui 246 toneladas a compostos de polipropileno (PP) com 40% de talco; 66 toneladas a copolímero heterofásico de PP (resina Braskem EP 200K)  e 65 toneldas a copolímero de acrilonitrila butadieno estireno de uso geral (ABS GP).
O combate ao refugo gerado em linha é permanente. “Promovemos diariamente reuniões na produção com base na metodologia de resposta rápida para o controle de qualidade (QRQC) empregando o sistema de solução de problemas em oito disciplinas (método 8D)”, revela Sirlei. “A cada mês, é emitido um gráfico de Pareto das 10 primeiras causas dos refugos, para a devida tomada de ações”. No ringue da economia de energia e produtividade, arremata a diretora geral, a Aspro reduziu o segundo turno e criou um turno alternativo, das 6:00 às 16:00, para baixa o gasto de eletricidade no horário de pico. Outra mão na roda foi a adoção do sistema de manufatura enxuta (sistema Lean). “Reduzimos assim o tempo de estoque intermediário de peças semiacabadas, trazendo alguns processos de montagem para execução ao pé da máquina”, comemora Sirlei. •

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