Belo horizonte

Todo mundo quer o Brasil antevisto pela Plastipak
Mota: vento a favor em mercados mais exigentes.
Mota: vento a favor em mercados mais exigentes.
Mota: vento a favor em mercados mais exigentes.

O raio da crise cai sobre todo o mercado de PET, mas a voltagem do choque varia conforme o produto envasado, uma diversidade salvadora para o balanço da Plastipak Brasil, subsidiária da norte-americana Plastipack, dona de faturamento global na estratosfera de US$ 2,4 bi e cujas vendas cresceram à média anual de 9,5% no último quinquênio. “Não estamos inertes à conjuntura”, assevera Dinis Mota, gerente geral da controlada no país. “Mas percebemos que alguns redutos sofrem com redução de consumo enquanto outros, como a categoria de energéticos, têm demandado maior volume e participação de embalagens de PET”. À sombra desse sobe e desce, ele amarra, a operação da Plastipak Brasil cresceu em volume cerca de 30% nos últimos dois anos. “Estamos mantendo o pique este ano e ele deve continuar em 2017”.

Por ter capital fechado, alega Mota, o grupo Plastipak, que emplaca meio século no próximo ano, esquiva-se de soltar determinados números, mutismo extensivo à filial no Brasil. Arisco a pormenores, Mota ilustra a envergadura do negócio aqui projetando acima de 100.000 t/a a capacidade total de suas três plantas de embalagens de PET e polietileno , assentadas em Paulínia, São Paulo; Suape, em Pernambuco e na Zona Franca de Manaus.

Mota se anima com os segmentos de PET que mostram couro duro às canivetadas da recessão e com as chances para o poliéster sugar embalagens em mãos de outros materiais. Por exemplo, ele sente chão firme em hábitos de consumo entranhados por aqui nos últimos cinco anos.Ou seja, na esteira da bolha da economia inflada por Dilma e estourada em 2015. “Mesmo diante de uma nova realidade econômica, essas mudanças possuem impactos perenes na forma como o consumidor se relaciona com produtos e marcas, favorecendo algumas categorias em detrimento de outras”, sustenta Mota. Como referência, ele aponta para a queda no consumo de refrigerantes, recuo aproveitado pela água mineral e sucos naturais. “Essas categorias foram impulsionadas no passado recente e ensejaram a entrada de PET em sucos concentrados integrais”, completa o gerente geral.

A margem de manobra da Plastipak Brasil estende-se a PET no reduto de limpeza doméstica. “O mercado tem se mantido estável e a mudança tem a ver mais com hábitos de marca do que com indicadores de consumo”. Na área industrial e automotiva, onde a Plastipak dá as caras com frascos, em especial de polietileno de alta densidade, como os de óleo lubrificante, Mota enxerga a demanda estabilizada nos últimos dois anos. “Se a economia não cresce, este mercado se mantém constante”, diz. Na suíte de higiene pessoal & beleza, ele observa que algumas categorias de produtos cobertas por sua empresa crescem, claro, na cola de hábitos femininos. As alterações entre eles forçadas pela crise foram dissecadas por institutos de pesquisa em recente evento da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Na ocasião, análise da Factor-Kline debruçou-se sobre a florada dos salões de beleza no país, cujo efetivo atual soma acima de 150.000 estabelecimentos. Estudo apresentado pela consultoria Nielsen, por seu turno, revela o consumidor de cosméticos receptivo a trocar conveniência por economia e varredura da Kantar Worldpanel trata do aumento das compras em atacarejos.

Nos EUA, a Plastipak atua na reciclagem bottle to bottle (BTB), atividade ainda inexplorada no Brasil, embora a recuperação de PET tenha musculatura de respeito. “O mercado norte-americano de BTB está amadurecido, enquanto aqui ainda está em desenvolvimento”, considera Mota. “Mas o aumento da reciclagem por aqui é uma questão de tempo e a regulamentação deve intensificar a demanda por BTB”.

Entre os desenvolvimentos patenteados pelo grupo Plastipack, Mota põe fé no desembarque a curto prazo da tecnologia de PET com barreira, trunfo para alongar a vida útil do alimento, além de preservar a transparência e acenar com mais liberdade para o design de recipientes. “O consumidor opta cada vez mais por produtos de apelo natural e preza um acondicionamento que preserve a integridade do alimento”, ele percebe. “Pré-formas com agentes de barreira compõem um diferencial nosso para categorias como leite, água sanitária e sucos”. Mota destaca nessa seara a tecnologia MonOxbar como ponte para produtos passarem da caixa cartonada sem traumas de qualidade para PET. No Brasil, aliás, um feito recente da empresa em pré-formas é a versão de 9,7 gramas para sopro da garrafa de 510 mililitros de água sem gás Lindoya Verão Sense. “A pré-forma mais comum para essa embalagem pesa de 12 a 15 gramas”, atesta Mota.
Para o balcão de higiene pessoal & beleza, Mota pressente receptividade no Brasil à tecnologia Digital Object Printing (DOP). “Permite a impressão da embalagem de corpo inteiro, em 360º, substituindo a etiqueta ou rótulo, além de reduzir o tempo de set up”. O envase a quente também promete ser acolhedor para outra inovação da empresa, Thermoshape. “Alia flexibilidade de design com leveza e estabilidade para o frasco”, sintetiza Mota, vislumbrando espaço em alimentos afins com a cultura de saúde e bem estar.

Patentes à parte e sem descer a fundo, Mota acentua vir investindo em ativos para a Plastipak Brasil entrar em novas categorias. “Estamos adequando as plataformas disponíveis para produzir embalagens para mercados alimentícios mais exigentes, como leite e iogurte”, adianta. “Para áreas como sucos, lançaremos até dezembro frascos mais inspiradores para o marketing do setor de alimentos, capazes até de mudar a visão do consumidor a respeito do que está comprando ou ingerindo”. •

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