As estrelas do filme

Resinas de PEBDL metaloceno roubam a cena em shrink
Enable 40-02: resistência e visual diferenciados.

Nos últimos anos, o segmento de filmes termoencolhíveis (shrink) tem passado por aparente contradição em termos. Injuriados com as avarias nas margens do negócio por conta de um caudal sem trégua de concorrentes, alguns grandes transformadores se levantaram da mesa. Em contraste, a superoferta e o tiroteio de preços não têm respingado sobre a tecnologia de shrink, provam requintes na coextrusão do filme como a lapidação das propriedades de polietileno de baixa densidade linear base metaloceno (PEBDLm) para seu desempenho em shrink, de preferência no substrato central da película de três camadas.

O mercado brasileiro de shrink pulsa no mesmo patamar do orgulho de polipropileno (PP) em flexíveis, o filme biorientado (BOPP). “O consumo atual oscila entre 150.000 e 200.000 t/a, impactado pelo comportamento do setor varejista e das indústrias usuárias do filme, em especial o setor de bebidas”, descortina Marcial Cesar Vieira, engenheiro de aplicação responsável pelo segmento de filmes encolhíveis da Braskem, único produtor de PE no país. Movido por custos competitivos, ele considera, shrink tem ocupado de forma progressiva mais espaços em aplicações antes atendidas por sucedâneos. No consenso da praça, um exemplo é stretch. Vieira também cita papelão e papel cartão.

A paleta dos mercados de shrink traz à baila a arca de Noé, pois o misto quente abrange a paletização e revestimento de caixas de artigos que vão de bebidas e eletrodomésticos a materiais de construção ou produtos de higiene e limpeza. Assim, as espessuras do filme podem ir de 10 micra para capa de pallets até 20 micra para o envoltório de sabão em barras, ilustra Vieira. Entre as diretrizes para viabilizar a diminuição da parede da película, ponto para a economia na produção, ele alinha a capacidade de unitização dos artigos embalados; a percepção de fragilidade da embalagem aferida por sua sensibilidade ao toque do consumidor e a produtividade dos filmes mais finos no túnel de encolhimento. “O incremento do teor de PEBDLm nas formulações também contribui para baixar a espessura”, encaixa o técnico.

Entre a multidão de resinas de PEBDLm do portfólio da Braskem, Vieira pinça para shrink os predicados da família Flexus. “Primam pela excelência na selagem, brilho, transparência e resistência à perfuração”, ele justifica, exemplificando com os ganhos em propriedades ópticas proporcionados na camada externa do shrink coextrusado pelo tipo Flexus 9211. “Já as resinas metalocênicas da série Proxess são recomendadas para shrink por sua superioridade nos quesitos de processabilidade e encolhimento. Para filmes dependentes de maior rigidez, o grade Proxess 206 mostra-se a opção conveniente pela sua densidade elevada”.

O pulo do gato da Braskem, distingue Vieira, é a possibilidade acenada ao transformador de afiar a performance do shrink por meio dos pontos de entrosamento entre suas famílias de PE. “Numa estrutura de três capas, é possível combinar PEBDLm Flexus e PEBD na camada externa e PEBDLm Proxess, PEBD e/ou PEAD (em particular os grades HD7600U ou HE150) na camada central” , exemplifica Vieira. “Dessa forma, a resina Flexus garante mais brilho, transparência e selagem,enquanto o grade de Proxess confere ganhos no visual, a rigidez, e maquinabilidade”.

Mais fino e mais forte
Petardo norte-americano em PE, a ExxonMobil também aduba os predicados de PEBDLm para o miolo do shrink de três camadas. “Após cinco anos de desenvolvimento, conseguimos na nova resina de PEBDLm Enable 40-02 prover aos clientes soluções de efetivo custo/benefício para transporte e e armazenamento da carga combinados com maior resistência ao manuseio e apelo visual do filme termoencolhível”, expõe David Dunaway, gerente de desenvolvimento de mercado para PE na América Latina. Conforme assevera, a performance do novo grade supera não só várias resinas metalocênicas já existentes no mostruário de sua empresa como qualquer tipo concorrente. “Em nossos experimentos, constamos a possibilidade de baixar até 25% o nível de espessura em comparação às melhores embalagens de shrink produzidas no mundo”.

Dunaway associa o lançamento da resina Enable 40-02 ao empenho da ExxonMobil em gerar valor para o mercado de shrink. “Trata-se de um grade destinado à camada central e recomendado para aumentar o desempenho do filme coextrusado, melhorando sua força de retenção (holding force), capacidade de encolhimento resistência e propriedades ópticas”, esclarece o executivo. Na esfera dos custos de processo, Dunaway reitera a possibilidade de Enable 40-02 reduzir a parede sem detrimento da performance em vista para o filme termoencolhível. “Esse grade de PEBDLm foi concebido para a produção em alta velocidade de filmes shrink de alto padrão, proporcionando economia de resina e de energia elétrica na coextrusão”, complementa Terry Tucker, gerente de desenvolvimento de mercado para PE na América do Norte.

Procurados por Plásticos em Revista, os produtores de PEBDLm Total Petrochemicals, Ineos, Repsol e Chevron Phillips esquivaram-se da entrevista. Entre os asiáticos, a Sabic não exporta mais para o Brasil sob a alegação de não ter preços competitivos, informa Marcos Prando, sócio executivo da Replas, agente autorizado no país da petroquímica saudita. Sem poder contar então com a Sabic, sua única bandeira de PE, Prando não abriu os planos para continuar no varejo como distribuidor oficial do polímero. Até o fechamento desta edição, o logotipo da Sabic permanecia identificado como fonte de PE no site da Replas. •

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