A triagem dos preços

A o longo de 2014, a subida nos preços de resinas recicladas equivaleu ao dobro da inflação no período, calculada em 6,41%, atesta o saldo dos monitoramentos mensais do segmento empreendidos pela consultoria MaxiQuim. “O aumento na faixa total de 14% foi alinhado com os preços da resina virgem, cujos reajustes, no entanto, transcorreram em proporção bem menor no ano passado”, avalia o analista Maurício Jaroski, responsável pelo raio X desse ramo, exclusivo para assinantes, intitulado MaxiQuim Market Report (MMR)- Resinas Recicladas.
“Os preços dos reciclados são influenciados pelo material virgem com um ‘atraso’”, pondera Jaroski. “Ou seja, o mercado de reciclagem costuma responder mais devagar a um aumento no preço da resina de primeira uso”. Assim, ele infere, algo do encarecimento do reciclado em 2014 deve ser creditado ao resquício de algum reajuste da resina virgem ainda em 2013. “Além do mais, os preços do reciclado são condicionados ainda pela disponibilidade do refugo para recuperação”.
Um termômetro-chave da conjuntura medido pelo MMR é o preço médio de venda spot do material de qualidade padrão na recicladora, sem impostos e frete e atentando para as diferenças das cotações dos mercados do Sul e Sudeste (ver quadro). No pente fino da consultoria, o blend de polietileno de baixa densidade (PEBD) e o tipo linear (PEBDL) é a resina de maior demanda entre os reciclados, efeito da escassez do seu refugo na praça. O polímero de alta densidade (PEAD) prima por ampla faixa de preço de venda, dada a diversidade de aplicações e fatores como cor, carga e qualidade do resíduo recuperado. No âmbito de polipropileno (PP) reciclado, resulta de modo predominante de refugo de peças técnicas injetadas. Já a demanda de poliestireno (PS) recuperado é adjetivada como fraca, evidenciando estoques do material a postos nas recicladoras. Os preços de PVC reciclado, por seu turno, analisa o MMR, variam pouco, mas duelam muito com importações e a demanda do vinil flexível bate a do reciclado originário de artefatos rígidos. Por fim, na esfera de PET, a oferta de pellet reciclado prevalece no Sudeste, enquanto o flake é facilmente encontrado nas demais regiões.
No plano geral das resinas commodities, retoma o fio Jaroski, a disponibilidade de refugo permaneceu estável em 2014, exceto em relação a resíduos de variação na oferta anual provocada pela sazonalidade do consumo, a exemplo de PET. Para o monitoramento do MMR este ano, o consultor deixa claro que, com a economia em cacos, se pode esperar sentado por saltos elásticos do consumo de reciclados. Outras pedreiras pela frente no exercício atual provêm de duas marcas da incompetência do governo. “A crise hídrica complica a operação de recicladoras no Sudeste, ainda mais se houver racionamento, e o aumento dos preços da energia vai salgar bastante os custos operacionais dessa indústria”, comenta Jroski. •

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