À espera do minuano da demanda

Maior polo transformador gaúcho aguarda a bandeirada de largada para investir

Os planejadores da petroquímica brasileira consideravam perfeito um complexo com uma concentração de clientes nas proximidades, capaz de elevar a rentabilidade do negócio através da economia logística, absorvendo um bom bocado das resinas ali geradas. Em lugar algum esse modelo chegou mais perto do ideal que no Rio Grande do Sul e, no bojo do Estado, o polo da Serra Gaúcha resultou no mais estruturado agrupamento de transformadores de plásticos do país. “Temos aqui um cluster industrial muito interessante e diversificado, atributos que viabilizam a colaboração e compartilhamento entre as empresas”, descreve Jaime Lorandi, presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás). “Além de vizinhos dos demais membros do Mercosul, atuamos numa região de intensas oportunidades, pois industrializada ao extremo nos segmentos metalmecânico, eletroeletrônico e moveleiro”.

Na selfie do momento, o setor sob a guarda do Simplás aloja 431 indústrias, à frente de um parque superior a 4.000 máquinas em ação – em especial injetoras – e incrustado nos municípios de Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Vila Real, Garibaldi, Coronel Pilar, Nova Pádua e São Marcos. Pelo critério do número de funcionários, Lorandi reparte seu contingente de associados entre 332 microempresas, 66 pequenas. 30 médias e uma grande. “Entre 2009 e 2014, operando em torno do segundo maior polo metalmecânico nacional, em Caixas do Sul, a manufatura na Serra Gaúcha de componentes para veículos pesados experimentou crescimento exponencial”, ele distingue.

Retomando o fio da atualidade, Lorandi estima a capacidade instalada do polo em 500.000 t/a e atribui a ele a participação de 70% do consumo estadual de resinas para peças técnicas e de 85% para mobiliário. “Em 2012, nosso polo consumia por volta de 280.000 toneladas de resinas e deve fechar este ano na casa das 350.000”, projeta. “No plano histórico, a trajetória do consumo é aceitável, pois nossa base territorial aloja empresas com potencial de processamento bem maior, a ser preenchido mediante o trabalho de absorver mais mercado e espaço de concorrentes”.

A musculatura dos dígitos não imunizou o polo contra a asfixia da economia nos últimos dois anos, apagão piorado pela sangria desatada nas contas do governo do Rio Grande do Sul. “De modo geral, a crise estadual não atingiu por ora o nosso setor, mas a recessão o tem tratado muito mal”, lastima Lorandi. Ele toma Caxias do Sul como termômetro da conjuntura: “entre agosto de 2015 e o mesmo mês em 2016, a indústria caxiense encolheu 18,6% e, no âmbito da transformação de plástico no nordeste gaúcho, a quantidade de empregos caiu 8%, pelo menos cinco filiados do Simplás pediram falência e o polo da Serra hoje roda com cerca de 30% de ociosidade”.

Efeito dominó, as intenções de investimento, exceto quando indispensáveis, hoje hibernam no mapa do sindicato. “A ausência de aportes de recursos resulta do impacto da crise numa região que sedia um polo da cadeia de veículos pesados, integrante de um dos setores mais abalados pela crise”, nota Lorandi. No plano geral, assinala, a indústria de bens de capital, o segmento mais forte e rentável para a Serra Gaúcha, tem sido a mais abalroada pela falta de crédito e juros recordistas no planeta e, por essas e outras, hoje ela estropia seus fornecedores. “O suprimento de peças injetadas para veículos pesados é reduto de nossos filiados que mais sofre hoje em dia e a expectativa é de uma retomada lenta e gradual, considera. “Já o segmento de transformados para o setor moveleiro tem resistido algo melhor, com queda menos acentuada e conseguindo tirar algum proveito das exportações de seus clientes”.

Lorandi espera pela luz no fim do túnel para seus filiados tirarem os investimentos do freezer. “Ainda há muita incerteza no ar, mas, ao menos na esfera política, o país parece estabilizado e com comando definido”, enxerga. “Resta aguardar e pressionar pelas medidas necessárias para a retomada começar o quanto antes”.

Atalho para a retomada

Uma ideia do Simplás pode ter o condão de esquentar o mate da economia do Rio Grande do Sul. “Consta de um consórcio de empresas para substituir compras realizadas no exterior”, sumariza o presidente Jaime Lorandi. A bola foi posta em jogo pelo lançamento, em 29 de setembro último, do projeto “Incentivo Industrial Serra Gaúcha” em articulação com o empreendimento intitulado “Arranjo Produtivo Local Metalmecânico e Automotivo”. A proposta envolve constituição de grupos de empresas da região incentivados pela Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção de Investimento. Com base em informações do empresariado, explica o dirigente, será formado um ranking de 85 companhias auditadas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Um vez enquadradas nos critérios do projeto, as indústrias integrarão uma lista de fornecedores de empresas âncoras, a exemplo da Agrale e Randon.Serão assim considerados aptos a negociar o suprimento dos artigos solicitados pelos compradores. De início, adianta Lorandi, serão atendidos pedidos dos setores energético, automotivo, de máquinas e do agronegócio.
Outro gol do Simplás foi marcado em outubro, ao dar a largada às aulas, para a segunda turma, do seu curso de gestão empresarial na prática, aliança com o Centro Universitário Uniftec. “Ainda este ano serão oferecidos cursos de liderança e ferramentas gratuitas da web”, acrescenta Lorandi. Entre os planos para 2017, o presidente distingue um encontro sobre inovação. “O objetivo é apresentar e estimular o uso de tecnologias como internet das coisas, impressão 3D e drones”.

 

O pior já passou

Crise tornou o polo transformador mais competitivo

No mais recente pente fino setorial, o Rio Grande do Sul abocanha a vice-liderança nacional em número de transformadores de plástico. Um total de 1.288 indústrias foram aferidas em 2015 e, no mapa estadual, o nordeste gaúcho é a região de maior dinamismo do setor, distingue Solange Stumpf, sócia executiva da consultoria MaxiQuim, bússola do mercado do plástico no Brasil e cujo portfólio inclui diversas radiografias do polo da Serra e da cadeia do plástico riograndense. Nesta entrevista, Solange, recém chegada de encontros com formadores de opinião do setor, analisa a competitividade do polo e pressente vento a favor para ele.

Solange Stumpf: empresas se reinventaram  na crise.
Solange Stumpf: empresas se reinventaram na crise.

PR – Entre as regiões transformadoras do Estado, a Serra Gaúcha está entre as que mais ou menos têm crescido desde 2010?
Solange – É a que mais tem crescido, mesmo considerando-se o impacto direto da crise em diversas empresas numa região vocacionada para as indústrias metalmecânica e moveleira, ambas muito afetadas pela recessão. De forma geral, o polo transformador da Serra Gaúcha consta de indústrias bem estruturadas e consolidadas no mercado, de atuação abrangente e diversificada. Ou seja, não dependem apenas dos setores demandantes locais.

PR – Qual o impacto da combinação de mais de dois anos seguidos de recessão nacional e governo estadual quebrado sobre o desempenho e fôlego financeiro do polo?
Solange – Sem dúvida, o impacto é negativo, mas pode-se dizer que a maioria das empresas sobreviveu. O pior já passou e a tendência é de retomada lenta e gradual. O fator mais preocupante são os investimentos que ficaram para trás. As empresas vão levar algum tempo para recobrar a confiança e o fôlego financeiro para voltar a investir. Mesmo assim, há no polo transformador quem esteja ampliando a capacidade e reorientando produtos para segmentos mais dinâmicos e menos afetados pela crise, como utilidades domésticas (ver à pág. 10) e embalagens para alimentos, bebidas e fármacos.

PR – Qual o efeito da atual conjuntura sobre a injeção de peças técnicas e para mobiliário, dois campos chave na Serra?
Solange – No setor metalmecânico, relacionado diretamente com a indústria automotiva, a queda de vendas foi drástica e as empresas de toda a cadeia de fornecimento tiveram que readequar sua produção, demitir e reduzir custos de todas as formas. Já o setor moveleiro, conseguiu de alguma forma compensar a retração doméstica com exportações, mais competitivas devido ao câmbio. Além disso, os transformadores desse segmento reagiram à conjuntura com criatividade. Redefiniram linhas de produção e buscaram mercados menos sofisticados, não tão prejudicados pela recessão.

PR – Quais as vantagens que a Serra Gaúcha oferece aos transformadores que as outras regiões industrializadas do Rio Grande do Sul não proporcionam? E quais são os pontos a desejar?
Solange – É uma região de forte viés industrial e empreendedor, a chave do seu dinamismo. Ou seja, se um setor não está dando resultado o gestor busca outro, pluraliza produtos e negócios, não desiste de empreender. Em artefatos plásticos não é diferente, as empresas se reinventaram. Além disso, muitos transformadores de origem serrana ampliaram seus negócios para outras regiões do país. O que indica uma grande vantagem competitiva, por conta da economia de escala, abrangência e diversificação de mercado.

PR – Como avalia o grau de atualização do polo da Serra?
Solange – Está acima da média brasileira, mesmo porque a região é identificada por segmentos de maior sofisticação tecnológica, como peças técnicas para a metalmecânica. Se as empresas não tivessem bom nível de tecnologia e automação do processo, estariam fora do mercado.

PR – Qual futuro vislumbra para o polo? Ele pende para a desindustrialização, crescimento ou estagnação?
Solange – A tendência é de expansão, sem dúvida. Passado este ciclo de baixa rentabilidade, as empresas devem voltar a crescer. Muitas delas se reinventaram na recessão e esta é a boa notícia. Estão mais competitivas do que quando entraram na crise. Por exemplo, a região da serra se voltou nestes últimos anos para o agronegócio, área com muita oportunidade para o plástico.

Piramidal: respostas de bate pronto

Puro malte da distribuição brasileira de resinas, a Piramidal atende desde 2005 ao vivo, com centro de distribuição (CD), na Serra Gaúcha. “No início, o CD em Caixas do Sul faturava por volta de 150-200 t/mês e hoje a média é de 550-600 t/mês apoiada numa carteira de 250 clientes ativos nesse polo e no norte do Estado”, dimensiona Tadeo Zilli, gerente comercial Sul da balzaquiana distribuidora paulista dirigida por Amauri dos Santos e Wilson Cataldi.
Zilli percebe as avarias causadas pela recessão em todos os flancos da transformação na Serra, com óbvio efeito dominó nas vendas de resinas ao polo. “A distribuição não passa imune por esse ambiente; sofremos com o aumento da inadimplência e redução de volumes nos pedidos”, expõe. Em reação para aliviar o golpe, a filial caxiense trilhou duas frentes. “Analisamos com mais rigor a concessão de crédito e fomos atrás de mais clientes, mercados e materiais para enriquecer o portfólio”. No pano de fundo, Zilli enfatiza a lapidação do atendimento prestado não só pelo CD da Piramidal na Serra mas pelo de Cachoeirinha, na Grande Porto Alegre. “Por exemplo, encurtamos o tempo de resposta, do fechamento do pedido à entrega na fábrica”. Entre as oportunidades à vista na Serra, o gerente distingue o potencial para plásticos de alta performance.

 

Virtuose das UDs

Inovação nos produtos e gestão injetam adrenalina no Grupo Martiplast

virtuose

Vista assim do alto, a saga da Martiplast contém a trama clássica das histórias de sucesso no polo da Serra Gaúcha. A meio caminho, porém, a narrativa escapole desses limites, pois a indústria transfigura-se em um grupo e seu modelo de gestão e visão do negócio acabam isolando-a do padrão dominante na transformação de plástico no Brasil.

O começo foi típico. Nos idos de 1993 , dois irmãos, Juarez e Nelson Martini, mais o primo Nelmir Martini começaram a produzir peças para terceiros numa injetora instalada em porão de cerca de 40 m² na casa da família em Caixas do Sul. Dois anos depois, um cliente inadimplente entregou ao trio, a título do que devia, um molde para injeção de xícaras de café. Foi a descoberta de uma vocação: concepção e venda de utilidades domésticas (UDs). Em 2013, a empresa adquiriu a importadora Yoi Comercial, passou a intitular-se Grupo Martiplast e hoje nada em duas raias de UDs: a marca Ou, lançada há seis anos e com mais de 1.200 itens hoje providos por 21 injetoras na sede de 20.000 m², e os artigos Yoi, de vidro, cerâmica, metal, tecido bambu e porcelana trazidos pela importadora com show room na zona sul paulistana. “A compra da Yoi foi estratégica para melhorar nosso mix e atuarmos com outras matérias-primas e outros públicos”, racionaliza Juarez Martini.

Activas: filial caxiense sofre menos na crise

Entre os agentes autorizados da Braskem, a Activas foi o primeiro a subir a Serra Gaúcha. Aberta em 2002, a filial de Caxias do Sul foi a primeira da distribuidora presidida por Laércio Gonçalves. “Nesses 14 anos, ela atingiu participação de 18% em nosso volume mensal de vendas a cerca de 250 clientes ativos do polo”, eles descreve.

Quando a filial estreou, lembra o distribuidor, seu propósito era comercializar materiais nobres, preenchendo as expectativas quanto a peças técnicas vindas de indústrias finais como as montadoras locais de veículos. “Além desse segmento e de sediar o segundo polo metalmecânico nacional, a região atraía pelo efetivo de ferramentarias e indústrias alimentícias e têxteis”, completa Gonçalves. Anos depois, quando ele realizou seu sonho obsessivo de entrar para a rede Braskem, a Activas despontou como fonte de poliolefinas na Serra.

A prospecção de clientes e o aumento do leque de segmentos cobertos no nordeste gaúcho , sustenta o distribuidor, eximiram a filial caxiense da colisão com mais de dois anos de crise na intensidade sofrida pelo mercado. “O sucesso do nosso negócio depende da organização da equipe comercial e quanto mais a empresa é conhecida, mais fácil torna-se fixar a marca e incutir confiança no comprador, em especial numa região de forte preferência por fornecedores dali mesmo ”.

A diferença mora nos detalhes da sinopse acima. Para começar, os três sócios fogem do estilo monocrático do fundador /homem dos sete instrumentos. Nelson Martini, engenheiro mecânico especializado em moldes, atua em projetos e desenvolvimentos; Juarez toca a diretoria comercial e Nelmir a área fabril. Além do mais, ao invés da praxe no empresariado transformador de formar know how a partir do cotidiano interno da sua indústria e dos pedidos repassados por clientes, os Martini resolveram, num exercício de autocrítica raro no ramo, buscar fora da empresa quem preenchesse tais lacunas em seus conhecimentos. Foi assim com a estratégia de marketing e comunicação e, em particular, na esfera da estética e criatividade, onde a parceria firmada com a gaúcha Bertussi Design cumulou de prêmios o Grupo Martiplast.

A reputação de gêiser de ideias conta pontos para o grupo não atolar na areia sob a maré baixa atual. “A empresa tem se mantido focada na busca de tendências, cores e novos produtos, fatores fundamentais para o equilíbrio na nossa organização”, comenta o diretor comercial. “A recessão causa uma queda natural no movimento, mas os produtos Ou acusam crescimento perante similares de outros materiais”. Em decorrência desse espaço tomado de rivais e do maior valor agregado das suas UDs de plástico, Juarez Martini julga, sem soltar números, que o grupo tem mantido bom desempenho nos dois últimos anos de economia em deprê e seu efeito dominó sobre os pontos de venda. “Mesmo em momentos de adversidade”, sublinha, “a empresa não deixa de buscar novidades e de investir em processos, máquinas e visitas a feiras no exterior. Esse trabalho constante é vital para o negócio suportar as oscilações do mercado”.

Replas: vendas na Serra crescem 2 dígitos anuais

Distribuidora de poliestireno (PP) e polipropileno biorientado (BOPP) da Videolar Innova e importadora de poliolefinas e resinas de engenharia, a Replas presencia desde 2002 a evolução à taxa média anual de dois dígitos da sua filial em Caxias do Sul. “Hoje em dia, com carteira de 120 clientes constante, ela deve responder por 8% da receita da empresa este anjo”, projeta Marcos Prando, sócio do irmão Marcelo no controle da Replas.

Mais de dois anos de AVC na economia resultaram em queda da ordem de 20% no movimento da filial caxiense, constata Prando. “Caiu a demanda dos clientes ativos e aumentou a inadimplência, inclusive com casos de recuperação judicial”. Num rasante pelos principais mercados no nordeste riograndense, ele considera que o reduto de peças técnicas injetadas tem sido menos vergastado pela recessão do que o setor moveleiro, pois este concentra grande quantidade de empresas “e a oferta acabou superando muito a demanda, levando à queda de preços ao consumidor e complicando o fluxo de caixa dos fabricantes de móveis e seus componentes”, ele completa.

À margem das duas filiais gaúchas, na Serra e em Porto Alegre, a Replas supre o Sul com resinas importadas por Santa Catarina, onde dispõe de CD terceirizado em Navegantes. Prando agenda para o período do fim do ano e janeiro próximo vitaminar seu atendimento com o início de suas importações por outro porto catarinense, o de Itapoá, onde a Replas também terá um CD. “É um complexo portuário mais moderno e estruturado que o de Navegantes”. Outra novidade acenada: a filial caxiense passa a ofertar filmes shrink de polietileno produzidos a cerca de 4.500 km dali, à sombra dos incentivos fiscais do Polo Industrial de Manaus, pela transformadora MM da Amazônia, indústria dos proprietários da Replas. “A partir de 2017, também venderemos na Serra Gaúcha os filmes planos de sete camadas de polipropileno remetidos da nossa fábrica”, antecipa Prando.

A linha Ou acontece em sete categorias: banhar, a exemplo dos conjuntos de UDs Petála; servir, caso dos produtos Luna; organizar, como cestos de roupas; uso pessoal, como a linha Dental Up; cozinhar, como escorredores de massas; artigos mais resistentes, como travessas,copos e saladeiras de copoliéster e, por fim, há a série Eco. Nesta última, tomam vulto UDs de polipropileno (PP) reforçado com fibras de cana de açúcar e madeira. “O apelo ambiental está muito em alta no mercado”, insere Juarez Martini. A propósito, em outra curvatura ao desenvolvimento sustentável, ele informa que a Martiplast reutiliza as aparas geradas na injeção.

Embora evolua na praça a percepção de lento arrefecimento da crise e da inflação, com consequente reação no nível de confiança de consumidores e empresários, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) anunciou em 18 de outubro a revisão para baixo de suas expectativas para o exercício atual. Sua previsão de queda do varejo restrito passou de -5,2% para -5,4% e, quanto ao varejo ampliado, de -9,4% para -9,5% ao longo de 2016. Os economistas da CNC acham difícil o varejo escapar este ano dos seus piores resultados históricos.

Apta: rodízio à gaucha de plásticos de engenharia

Com estacas fincadas na comercialização de plásticos de engenharia importados, a distribuidora Apta, sediada em São Leopoldo, atribui ao polo da Serra Gaúcha perto de 15% de sua carteira de clientes ativos. “A região demanda nosso suporte técnico e comercial e entrega rápida de produtos de ponta”, percebe o sócio executivo Marcelo Berghahn. “Temos nos fortalecido assim, com trabalho intenso de atendimento para os dois grandes motores da região, a indústria automotiva pesada e a moveleira”.

Para o dirigente, a recessão já é página virada na Serra. “Houve uma escalada das dificuldades de compra no polo, mas muitas empresas se readequaram com rapidez e estão prontas pare recuperar o pique habitual antes da crise”. Desde julho último, assinala io distribuidor, a Apta abre caminho na Serra para os polietilenos lineares metalocênicos de sua bandeira norte-americana ExxonMobil e Berghahn acena com mais novidades no portfólio em 2017.

Apenas as UDs Ou estão em oferta em mais de 5.000 pontos de venda, motivo de sobra para Juarez Martini se debruçar com prudência sobre o drama do varejo descortinado pela CNC. “Descontada a inflação do cálculo, a Martiplast tem preservado o mesmo volume de vendas aferido em 2015 e esperamos algum crescimento em 2017, com base numa melhora ainda pouco significativa da demanda”, ele pondera sem abrir números. “Será um ano de muito trabalho, mas a ênfase em novos produtos sempre foi decisiva para aguentarmos momentos de incerteza”. 23 anos de estrada sugerem não ser apenas pelas propriedades mecânicas das UDs que se costuma ligar a imagem da Martiplast à resistência à queda e a impactos. •

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