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Guru do empreendedorismo digital, o norte-americano Michael Lewis afirma que o progresso não marcha como numa parada militar, mas se arrastando sobre a barriga, como numa guerrilha. Ao estrear em 2016, na fornalha da pior recessão da nossa história, a startup Peerdustry não só avaliza a percepção do escritor, mas pinta feito bóia de salvação para transformadores de plástico atolados em cavernosa calmaria. Ela junta a fome com a vontade de comer: casa quem tem máquina parada com quem precisa dela, seja por estar com equipamento em manutenção ou sem caixa para comprar outra linha, ou então, por que alguém quer um lote piloto para aprovação ou atender a um consumo sazonal. “O interessado checa no site da Peerdustry se há máquinas disponíveis. A seguir, recebemos o projeto em CAD e nosso software avalia as especificações e os equipamentos necessários para a produção. Por meio da internet das coisas, identificamos em tempo real qual fabricante cadastrado tem máquina ociosa para receber o trabalho e aí é só fechar o negócio”, sintetiza Bruno Gellert, sócio CEO da startup paulistana junto com Thiago Petrone (COO) e Diego Remus.

Gellert: Peerdustry atua como área de compras do cliente.
Gellert: Peerdustry atua como área de compras do cliente.

Sem abrir números, Gellert informa que, até agora, a maioria das indústrias cadastradas é do setor metal mecânico. “Os transformadores de plástico têm uma participação pequena, mas tendem a crescer”, ele contrapõe. “Um caminho para isso é a estruturação de parcerias com entidades do setor em busca de novos modelos de negócios para ocupar seu parque ocioso”. O voto de confiança de Gellert no despertar dos transformadores se traduz nas menções expressas a injetoras, sopradoras e extrusoras no quadro de máquinas oferecidas no site da Peerdustry.

Cada fabricante cadastra suas máquinas no site e a Peerdustry se encarrega, caso a caso, de avaliar qual equipamento será acessado, conforme as especificações do projeto. “São sigilosos os nossos critérios para classificar e homologar os fornecedores”, assegura Gellert. O fabricante estabelece seu valor de hora-máquina e a remuneração da Peerdustry é uma taxa de comissão, tal como ocorre em qualquer processo de intermediação. “A depender da complexidade do projeto e fatores como o volume do lote, o valor da nossa remuneração se altera”, condiciona o CEO. “Nós exigimos dos fornecedores os valores mais competitivos, pois, afinal, os trabalhos estão sendo realizados em máquinas ociosas”.

A Peerdustry se responsabiliza, reitera Gellert, por entregar as peças na qualidade e com taxa de ppm (perda por milhão) estabelecida pelo contratante. “Para isso, o cadastro do fabricante envolve um sério processo de qualificação, inclusas certificações de qualidade, a exemplo de ISO 9000 e ISO TS, e uma aferição do perfil do equipamento com base em tópicos como modelo, ano de fabricação, manutenções preventivas e corretivas realizadas etc”, expõe o dirigente. “Além do mais, uma prática em economia compartilhada é a qualificação permanente das partes. Assim, o contratado e o contratante são avaliados um pelo outro ao final do processo e priorizamos os fornecedores mais bem vistos nas contratações seguintes”.

Com esse raio de ação, ele demonstra, a Peerdustry opera como a área de compras do cliente do pedido encaminhado pela sua plataforma. “Cada processo possui particularidades que são previamente verificadas em relação ao cliente, fornecedor e ao trabalho em si”, acentua Gellert. “No plano geral, nós assumimos todos os encargos de verificação de qualidade, logística, controle e entrega da peça pronta e embalada no endereço do cliente”. •

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